Manifestação

#24J: Em Pernambuco, milhares vão às ruas pelo impeachment de Bolsonaro

Em Recife, 30 mil foram às ruas; em Petrolina, houve ato ecumênico em memória aos mais de 547 mil mortos pela covid-19

Brasil de Fato | Recife (PE) |

Ouça o áudio:

Manifestantes em marcha na Avenida Conde da Boa Vista pelo Fora Bolsonaro - Olívia Godoy

Neste sábado (24), movimentos populares foram às ruas mais uma vez, em protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Em Pernambuco os atos ocorreram do sertão ao litoral, incluindo as cidades de Caruaru, Garanhuns, Recife, Palmares, Petrolândia, Petrolina, São José do Egito e Serra Talhada.

Continua após publicidade

:: Manifestações: "Fora, Bolsonaro" ::

Os manifestantes cobram o impeachment de Bolsonaro, agilidade na vacinação contra o novo coronavírus e denunciam a atuação desastrosa do seu governo no enfrentamento a pandemia, atrelado aos desmontes nas políticas públicas de saúde, educação e contra as privatizações.

“Esse é mais um grande ato em defesa da democracia, pelo Fora Bolsonaro, por vacina no braço, comida no prato, em defesa das empresas públicas, em defesa dos direitos da classe trabalhadora, do serviço público, do SUS. O povo está nas ruas porque Bolsonaro está acabando com a vida do povo brasileiro, com o Brasil, com a democracia”, disse o deputado federal Carlos Veras (PT-PE) durante o ato em Recife (PE).


Concentração do ato na praça do Derby, em Recife / Rani de Mendonça / Rani de Mendonça


Na capital pernambucana, o ato que contou com a presença de cerca de 30 mil manifestantes, segundo as organizações, teve concentração na Praça do Derby com início às 10h. Às 11h, os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista em direção à Avenida Guararapes.

O protesto contou com a participação de movimentos populares do campo, partidos políticos, movimentos de luta por moradia, além de sindicatos e organização do movimento estudantil.



Jaime Amorim, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), conta que a participação popular nas ruas é a principal maneira de conseguir a derrubada do governo.

“Hoje nós ganhamos as ruas mais uma vez, e é num processo bastante progressivo, a cada dia mais gente, a cada dia mais mobilização e a cada dia a militância mais animada e mais agitada; é a única forma de derrubarmos Bolsonaro", afirmou Amorim.

:: Frente Brasil Popular vê como positiva incorporação da direita democrática no 24J: "Será maior" ::

Segundo ele, a condição para que o povo brasileiro possa voltar a ter dignidade é derrubar Bolsonaro. "Reconstruir o país, vacinação para todas as pessoas, para que a gente possa viver com dignidade. Não tenho dúvida nenhuma de que a única forma que temos para derrubar Bolsonaro é ganhando as ruas, ganhando a comunicação popular, ganhando a população contra o fascismo que aí está”, acrescentou.


Manifestantes exigem vacinação, renda e alimento para toda a população / Vinícius Sobreira /Brasil de Fato Pernambuco 


Também presente na manifestação no Recife, o senador Humberto Costa (PT) que compõe a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que avalia a atuação do governo federal frente à pandemia, tratou sobre o papel dos atos populares no sentido de pressionar para que a CPI possa prosseguir com as investigações e assim dar seguimento a abertura de processo de impeachment contra Bolsonaro.

“Esses atos exercem uma pressão muito importante, tanto para que a CPI possa continuar aprofundando a investigação, mas também para influenciar os parlamentares, em especial os deputados para que nós possamos abrir de fato o processo de impeachment contra Bolsonaro. Já há crimes de responsabilidade, já há crimes comuns, e agora o que nós precisamos é dobrar a base do Centrão que apoia Bolsonaro. Para isso mobilizações como essa são fundamentais para a gente conseguir essa conquista”, afirmou o Senador.

Para Kátia Jane, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), o #24J também representa um grito por direito à moradia.  “A gente precisa de moradia, queremos que Bolsonaro caia fora porque ele não tem projeto algum para a moradia, por isso decidimos vir às ruas”.

Petrolina 

Em Petrolina, no sertão pernambucano, ato que teve início às 9h foi de caráter ecumênico em memória aos mais de 547 mil mortos em decorrência da covid-19, e contou com a presença de representantes da igreja católica, igrejas evangélicas, de Centros Espíritas e de religiões de Matriz Africana, além participação dos partidos PT, PCdoB, UP, PCB e sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE). 


Lideranças religiosas, representantes de partidos políticos e sindicatos reunidos em Petrolina (PE) / Vanessa Gonzaga


Os manifestantes se reuniram na Praça da Catedral da cidade para manifestar repúdio ao governo Bolsonaro e reafirmar o compromisso das religiões com a democracia e o direito à vida digna.

Para Herlon Bezerra, Ministro da Igreja Episcopal Anglicana de Petrolina é de suma importância que os setores religiosos se posicionem frente ao atual cenário brasileiro.

"Esse ato tem a importância enorme de apresentar para a sociedade que não há somente religiosos que fazem base social para o neofascismo que o governo federal representa hoje. Há também, e somos muitos, homens e mulheres de fé, que denunciam o governo Bolsonaro como genocida nesta pandemia, e portanto deve ser rapidamente impeachmado ou derrubado e questionado em sua legitimidade como o governo de um país republicano e democrático como o nosso”.

A pastora Gil, da Igreja Unida de Petrolina criticou a forma como a saúde vem sendo tratada pelo governo. Para ela, Bolsonaro “não está se importando com as milhares de pessoas que estão dentro dos hospitais. Que governo é esse? Que liderança é essa?”.

A pastora também lembrou a grande quantidade de brasileiros que têm sofrido com a fome. Durante o ato, houve ainda arrecadação de roupas e alimentos para o projeto Mãos Solidárias Petrolina. 


 

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Vanessa Gonzaga