O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez (Psuv) apresentou evidências da participação de Leopoldo López, braço direito de Juan Guaidó, em ataques violentos contra o governo de Nicolás Maduro. Segundo os diálogos entre López e opositores ao governo, as operações teriam apoio do governo colombiano.
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Leopoldo López reside em Madri, foragido da justiça venezuelana. Em 2015, foi condenado a quase 14 anos de detenção pela morte de 13 pessoas durante as guarimbas - atos violentos opositores - de 2014, por isso cumpria prisão domiciliar. No entanto, o opositor fugiu da detenção para colocar em prática uma tentativa de golpe de estado no dia 30 de abril de 2019. Depois do golpe falido, permaneceu durante mais de um ano como "convidado especial" na embaixada espanhola em Caracas até conseguir fugir do país em outubro de 2020.
O papel da Colômbia
As novas conversas reveladas pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela apontam novamente para nexos do governo colombiano com a oposição de extrema-direita venezuelana, liderada por Juan Guaidó.
Além da presença de armas do exército e de paramilitares colombianos no território venezuelano, o diretor da ONG Fundaredes, que atua na fronteira entre a Colômbia e Venezuela, também sabia de dois supostos atentados que iriam acontecer em Cúcuta: primeiro uma explosão dentro de um quartel do exército e, dias depois, um ataque ao helicóptero do presidente Iván Duque.
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, acusado de terrorismo e traição à pátria. Em seu telefone foram encontradas conversas com Juan Esteban Gómez, membro da inteligência militar colombiana, que indicava que os ataques iriam acontecer e sinalizava que Tarazona deveria ajudar a Javier Tarazona foi detido há uma semanaposicionar nas redes sociais a ideia de que o governo venezuelano estava por trás das ações.
#13Julio Javier Tarazona, director de Fundaredes y Juan Esteban Gómez integrante del Ejecutivo colombiano formaron parte de los planes violentos que se suscitaron en las zonas populares de Caracas. pic.twitter.com/P7JxnEj95p
— Asamblea Nacional 🇻🇪 (@Asamblea_Ven) July 13, 2021
Atentado com drones
O presidente venezuelano já havia revelado que foram interceptados quatro drones, durante a inauguração de um monumento de celebração dos 200 anos da Batalha de Carabobo, no dia 22 de junho. As autoridades venezuelanas continuam investigando a origem das aeronaves não tripuladas.
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Já nesta terça-feira (13), Rodríguez apresentou conversas por meio do aplicativo What’sApp entre Freddy Guevara, ex-assessor de Guaidó, e outros membros do partido Vontade Popular, que mostram a coordenação de eventos violentos para o dia da Batalha de Carabobo.
Guevara foi detido pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) na última segunda-feira (12).
#EnVideo📹| Pdte. de la AN @jorgerpsuv, informó que 4 drones fueron lanzados el pasado 22 de junio contra la actividad que desarrollaba el Pdte. @NicolasMaduro, con motivo a la inauguración del nuevo monumento en el campo de Carabobo.#DiálogoPorLaPaz pic.twitter.com/2Xd6F2rOV4
— VTV CANAL 8 (@VTVcanal8) July 13, 2021
Relação com facções criminosas
Nas mesmas conversas também é possível ver como a oposição ajudou a financiar o crime organizado de Caracas. Desde o final de junho, as facções dirigidas por “El Koki”, “El Vampi”, “Loco Leo” e "El Garvis", estavam realizando operações armadas em diversas zonas da capital.
Essas facções controlavam os maiores bairros do sudoeste caraquenho: El Valle, Cota 905, La Vega e Cementerio. Além de operar o narcotráfico na zona, o grupo também realizava extorsões e sequestros para seu financiamento.
Nas conversas interceptadas no celular de Freddy Guevara é possível ver como ele direciona recursos ao ex-deputado Gilber Caro, também do partido Vontade Popular, que seria a ponte com os narcotraficantes.
#13Julio El presidente del Parlamento @jorgerpsuv develó mensajes de @leopoldolopez @EmilioGrateron @gilbercaro y @HaslerIglesias que los involucra en las acciones terroristas perpetradas por las bandas criminales de la Cota 905. pic.twitter.com/dODRNshRTN
— Asamblea Nacional 🇻🇪 (@Asamblea_Ven) July 13, 2021
Desde a última quarta-feira (7), as forças de segurança venezuelanas estão em confronto com os grupos armados. Até o momento, 33 pessoas foram detidas, entre elas três paramilitares colombianos. Em depoimento, assumiram que foram enviados a Caracas para treinar os membros das facções criminosas.
Acordo Nacional
Os dois ex-deputados do partido Vontade Popular, Freddy Guevara e Gilber Caro, já haviam sido detidos em outras ocasiões por participar de planos desestabilizadores. Ambos estavam em liberdade, por conta de um indulto concedido por Maduro em 2020, como gesto de disposição ao diálogo com a oposição.
Em coletiva de imprensa, na noite da última segunda-feira (12), o presidente venezuelano anunciou que a primeira rodada de negociações com a oposição guaidosista seria realizada em agosto, no México, como parte do Acordo Nacional. No entanto, Maduro disse que só irá dialogar se os opositores de extrema-direita desistem de planos violentos.
“Eu me reuni com diferentes líderes da oposição só não aceito reuniões com extremistas que pretendem me assassinar. Peço aos extremistas que coloquem a mão no coração e reflitam, porque quem pagou o custo de todas suas agressões foi o povo da Venezuela”, declarou o presidente em transmissão televisiva em cadeia nacional.
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Além da detenção de Guevara, o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) também tentou deter Juan Guaidó no dia de ontem.
O ex-deputado afirmou que foi “sequestrado” no porão da sua residência e só foi liberado pela pressão dos vizinhos.
Minutos después de que la dictadura secuestró al Diputado @FreddyGuevaraC, supuestos funcionarios de órganos de seguridad, apuntándonos con armas largas e incluso accionando un explosivo, me secuestraron momentáneamente a mí y miembros de mi equipo en el sótano de mi residencia. pic.twitter.com/gFlZuiRTFI
— Juan Guaidó (@jguaido) July 12, 2021
Sobre este caso, o deputado Jorge Rodríguez afirmou que o Ministério Público e autoridades venezuelanas estão recolhendo provas que apontam a relação de Guaidó com os novos planos desestabilizadores e “saberão como proceder”.
Edição: Leandro Melito