O Peru continua à espera da declaração do resultado oficial pela Justiça Eleitoral. Nas últimas sessões o Jurado Nacional Eleitoral (JNE) rejeitou 27 pedidos de revisão feitos pelo partido Força Popular por falta de provas. Diante dos novos revezes, Keiko Fujimori passou a solicitar uma revisão da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O organismo já havia se manifestado sobre o processo eleitoral realizado no dia 6 de junho, afirmando que se desenvolveu de maneira satisfatória. A União Europeia e a própria embaixada dos Estados Unidos em Lima também expressaram "confiança" nos organismos eleitorais peruanos.
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Já o partido de Pedro Castillo, destacou que o JNE tem apenas até 28 de julho para se manifestar, data em que o novo presidente deve assumir o cargo.
"A única coisa que o partido Força Popular busca é dilatar o tempo para a proclamação de Pedro Castillo como presidente", declarou Aníbal Torres, advogado do partido Peru Livre.
Nos dois últimos sábados, tanto Castillo como Fujimori convocaram manifestações na capital, Lima. Por um lado, o presidente eleito pelas urnas pede calma aos seus simpatizantes, mas que estejam prontos para defender o resultado.
Por outro, Fujimori insiste em denunciar uma suposta fraude. "Já sabemos o que fizeram para mudar a eleição. Hoje necessitamos saber como fizeram", afirmou durante ato.
A diferença entre os dois oponentes foi de apenas 41 mil votos, Pedro Castillo obteve 50,12% da votação, enquanto Keiko Fujimori 49,87%.
Tentantiva de golpe
À medida que o fim do processo eleitoral se dilata, aumentam denúncias de tentativas de golpe.
O ex-ministro de Relações Exteriores, Fernando "Popy" Oliveira apresentou uma série de áudios de Vladimiro Montesinos, militar e ex-assessor de Alberto Fujimori, planejando um golpe para impedir que Pedro Castillo assumisse a presidência.
O material de tornou público no último sábado (26), no entanto teriam sido enviados no dia 10 de junho, logo após a Justiça Eleitoral negar os primeiros pedidos de anulação interpostos pelo partido Força Popular.
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Nas mensagens o ex-assessor do pai de Keiko propõe colocar em prática um "plano B" que incluía suborno de magistrados do Jurado Nacional Eleitoral.
Montesinos tem 76 anos e está preso por cometer crimes de lesa humanidade durante a ditadura de Fujimori.
Depois da denúncia, Fernando Oliveira (Frente pela Esperança) pediu a realização de novas eleições com um novo poder eleitoral e um novo JNE.
Edição: Vivian Virissimo