ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Fecham as urnas na Venezuela: saiba a que horas e como devem ser divulgados os resultados

Vice dos EUA, Kamala Harris, diz que 'apesar dos desafios', EUA continuarão a trabalhar por futuro democrático no país

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
Tanto o governo como a oposição pediram para a população comparecer às urnas - AFP

Os eleitores venezuelanos já votaram. As urnas foram fechadas no país às 18h (horário local), 19h de Brasília deste domingo (28) e o resultado do pleito presidencial deve ser divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda nesta noite. Ainda assim, os centros de votação que ainda tiverem eleitores na fila, devem permanecer abertos até que o último possa votar.

Ao todo, 21,4 milhões de eleitores venezuelanos estavam registrados para votar e tanto governo como a oposição incentivaram os eleitores a comparecer às urnas. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, disse que o pleito ocorreu sem maiores incidentes.

Não há um horário definido para o anúncio dos resultados, mas estes costumam ser anunciados, com base nas eleições anteriores, entre 4 e 5 horas após o fechamento das urnas. Em 2006, o anúncio ocorreu às 23h19; em 2012, às 23h30; em 2013, às 00h17 e em 2018 o resultado foi divulgado às 23h20, todas de acordo com o horário de Brasília.

O CNE não disponibiliza a apuração minuto a minuto, nem divulga boletins parciais de resultados. O órgão deve fazer seu pronunciamento oficial apenas quando os resultados forem considerados irreversíveis e o ganhador possa ser declarado.

Assim como o Brasil, a Venezuela usa a urna eletrônica, mas no sistema venezuelano o voto é também impresso. O eleitor entra na sala de votação, valida sua biometria e registra o voto na urna eletrônica. Ele recebe o comprovante do voto, confere se está correto e deposita em uma outra urna, onde ficam armazenados os votos impressos. Quando a votação é encerrada, o chefe da seção imprime o boletim de urna e faz a contagem dos votos impressos para conferir se estão de acordo.

Kamala Harris comenta eleição na Venezuela

Pouco antes do fechamento das urnas, a vice-presidente dos EUA e provável candidata democrata nas eleições presidenciais de novembro, Kamala Harris, se manifestou sobre o pleito venezuelano, afirmando que "apesar dos desafios", o país continuará a trabalhar para "um futuro mais democrático" na Venezuela. 

"Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela que expressou sua voz na histórica eleição presidencial de hoje. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada. Apesar dos muitos desafios, continuaremos a trabalhar em direção a um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela", escreveu ela na rede X. 

 

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O assessor especial de Política Internacional da Presidência da República, Celso Amorim, viajou à Venezuela para acompanhar as eleições e, no inicío da noite de domingo, declarou que o pleito transcorreu "com tranquilidade" e contou com "participação expressiva do eleitorado".

Eleições e democracia

O presidente Nicolás Maduro busca a reeleição para um terceiro mandato e foi votar bem cedo. Depois de depositar o seu voto, ele deu um discurso prometendo respeito ao resultado das urnas. Ele também cobrou de seus opositores o mesmo comportamento e pediu que os outros nove candidatos declarem publicamente que vão respeitar e cumprir o desejo das urnas.

"Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral e os boletins oficiais. Garantirei que sejam respeitados", disse Maduro a jornalistas.

A oposição tem como nome forte o ex-embaixador Edmundo González Urrutia. Ele, no entanto, está à sombra da ex-deputada María Corina Machado. Ela votou no colégio Elena de Bueno, na zona leste da capital. Em declaração à jornalistas, ela afirmou que a participação até às 13h era de 42,1%. Segundo ela, com esses dados a oposição deve ficar otimista 

“Isso representa mais de 9 milhões de pessoas. Se esta tendência continuar, será a maior participação numa eleição nos últimos 30 anos”, disse.

Edição: Lucas Estanislau