De janeiro a maio de 2021, a Polícia Federal apreendeu 275 mil metros cúbicos de madeira ilegal no país. O total capturado pelos agentes é superior às apreensões anuais somadas feitas em 2018, 2019 e 2020. Os dados foram disponibilizados pelo site Achados e Perdidos.
Em 2018, a Polícia Federal apreendeu 163,5 mil metros cúbicos de madeira ilegal; no ano seguinte, 2019, uma redução brutal para 27,1 mil metros cúbicos; por fim, em 2020, foram 151,2 mil metros cúbicos.
Dos 275 mil metros cúbicos apreendidos até agora neste ano, 80%, ou 220 mil metros cúbicos, foram confiscados apenas no estado do Amazonas. Esse material confiscado está diretamente ligado ao desmatamento ilegal na região.
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Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que em abril deste ano o nível de desmatamento, 580 km², foi o pior desde o início da série histórica, que começa em 2015.
Antes, o mês de abril com maior desmatamento era o de 2018, com 489km² de área devastada por madeireiros. Esse período é favorável ao desmatamento, por conta da escassez de chuvas na área, o que deixa a mata seca e mais fácil de ser arrancada.
Afastamento
No dia 15 de abril deste ano, a direção da Polícia Federal anunciou o afastamento do seu superintendente no Amazonas, o delegado Alexandre Saraiva. A exoneração ocorreu um dia após o agente encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Ministério Público Federal (MPF), uma notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
A contenda entre Salles e Saraiva começou após uma apreensão da Polícia Federal, em dezembro de 2020, no Pará, de uma carga com valor estimado em R$ 130 milhões. Um grupo de madeireiros reivindicou a madeira ilegal e afirmou que tinha o aval do ministro para a extração.
Salles, então, até passou a defender os madeireiros e provocou um constrangimento para a Polícia Federal. Dias depois, Saraiva criticou o ministro e disse que na região amazônica “não vai passar a boiada.”
Para o ex-superintendente no Amazonas, Salles estaria envolvido em uma parceria com o setor madeireiro para extração ilegal de madeira na região amazônica. Outros integrantes do Poder Executivo, apontados por Saraiva na denúncia, são o senador Telmário Mota (PROS-RR) e o presidente do Ibama, Eduardo Bin.
Edição: Vinícius Segalla