O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) foi preso na tarde desta sexta-feira (4) pela Polícia Militar na Praça 29 de Março, região central da capital paranaense. No vídeo divulgado pela equipe do mandato do parlamentar, os policiais abordaram Renato e um amigo que estavam jogando basquete e ouvindo música no local.
A justificativa da abordagem policial foi que haviam recebido uma reclamação de perturbação sonora. Porém, Renato disse que não houve nenhum tipo de diálogo anterior à ação violenta da polícia, que retirou o rádio e o quebrou no chão. Após duas horas detidos em um batalhão da Policia Militar do Paraná, foram liberados.
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Em coletiva à imprensa, Renato reiterou que a ação foi arbitrária, por motivos racistas e não seguiu a lei. “Não nos informaram ali dentro do Batalhão da PM porque nos prenderam. Quando questionei que a ação não precedeu de diálogo e orientação para que desligássemos a música, não tinham explicação. Pelo contrário, pegaram o rádio e quebraram. Nos levaram para o camburão, torcendo o braço e outros atos de violência física. Nossa sorte foi que gravamos com o celular e por isso tivemos este apoio, aqui,” disse.
Militantes do PT, movimentos sociais, amigos do vereador e advogados populares se concentraram em frente ao Batalhão da Polícia Militar pedindo a soltura e denunciando a ação como racismo.
Confira o momento em que o vereador Renato Freitas (@Renatoafjr) é detido e levado com violência pelos policiais, mesmo sem apresentar resistência. pic.twitter.com/objYl6IiDB
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) June 4, 2021
Em nota à imprensa, a equipe do mandato disse que “Renato acompanhou uma abordagem policial realizada de forma inadequada, ferindo direitos fundamentais do cidadão em questão. O vereador questionou o método, que é corriqueiramente aplicado pela Polícia Militar. Entretanto, em total desrespeito às prerrogativas inerentes à sua posição, mesmo tendo se identificado como Advogado e Vereador, foi levado preso ao Batalhão da Polícia Militar, em condições absolutamente desproporcionais e inadequadas com relação à sua dignidade.”
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O Partido dos Trabalhadores também emitiu nota denunciando ação de racismo da Polícia Militar do Paraná:
“Enquanto jogava basquete e ouvia música com amigos em uma praça pública de Curitiba, Renato Freitas presenciou uma abordagem policial realizada de forma inadequada pela Polícia Militar. Renato, que é advogado, questionou a PM sobre o método de abordagem, que visivelmente feria os direitos daquele cidadão. Em total desrespeito à posição que Renato ocupa, ele foi detido pela PM e encaminhado ao Batalhão da Polícia Militar. A truculência da PM com o vereador foi filmada e postada nas redes sociais de Renato,” diz a nota.
O PT Paraná também informa que não é a primeira vez que Renato Freitas sofre violência policial motivada por racismo.
“Não é a primeira vez que Renato Freitas sofre violência e perseguição política em Curitiba. Em 2016, ele foi preso pela Guarda Municipal (GM) enquanto panfletava para sua campanha a vereador. Em 2018, houve nova agressão da GM quando ele fazia campanha na condição de candidato a deputado estadual.
No final do mesmo ano, ele foi detido pela PM na Praça do Gaúcho, quando realizava uma reunião com outros quatro jovens. Quando se trata de jovens negros e periféricos, a abordagem da Polícia Militar e da Guarda Municipal é sempre a mesma, inflamada pela truculência e pela violência. Até quando jovens negros serão impedidos de usufruir de seus direitos? Basta.”
Fonte: BdF Paraná
Edição: Frédi Vasconcelos