A Polícia Militar assassinou mais três pessoas em São Vicente, na Baixada Santista, no litoral do estado de São Paulo. As ações do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na região, que ocorrem há um mês, já foram responsáveis pela morte de 43 pessoas.
Duas mortes ocorreram no bairro de Sambaiatuba, na noite desta segunda-feira (11).
A terceira aconteceu em Itararé, já na madrugada desta terça-feira (12). Vídeos divulgados pelo site Uol mostram um homem alvejado na cabeça sendo carregado por moradores do bairro. Horas depois, a população local foi protestar nas ruas do bairro e incendiou um ônibus.
Em outra incursão na Baixada Santista, policiais militares balearam Jeferson Roberto Romano, suspeito de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Na versão da pasta, os homens foram baleados após resistir à prisão. Os dois baleados em Sambaiatuba teriam chegado com vida ao hospital e morrido no local.
Ainda de acordo com a polícia, na ocorrência em Itararé os agentes teriam encontrado uma pistola, uma sacola com dinheiro e "grande quantidade de drogas" embaladas para venda.
O governo Tarcísio foi denunciado na última quinta-feira (8) no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) por conta da letalidade policial, especialmente na região da Baixada Santista.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, no dia seguinte, o governador ironizou as denúncias. "Nossa intenção é proteger a sociedade. Nós estamos fazendo o que é correto, com muita determinação e profissionalismo (...) Sinceramente, eu tenho muita tranquilidade com relação ao que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta que eu não estou nem aí."
Para as entidades que denunciaram o governo paulista na ONU, "o Governador Tarcísio de Freitas promove atualmente uma das operações mais letais da história do Estado: a Operação Escudo, na região Baixada Santista. Há denúncias de execuções sumárias, tortura, prisões forjadas, e outras violações de direitos humanos, bem como a ausência deliberada de uso das câmeras corporais na Operação."
Edição: Thalita Pires