Na quarta-feira (2), advogadas da Coalizão Negra por Direitos protocolaram uma queixa-crime contra o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, por racismo, na Promotoria de Direitos Humanos do Estado de São Paulo.
"Ainda que tenha havido à época Inquérito Penal Militar, o qual fora arquivado, a questão do racismo presente no episódio relatado é patente e até o presente momento não havia sido trazida à tutela pública jurisdicional", aponta a Coalizão no documento apresentado à promotoria.
O motivo da denúncia é um episódio de 2005, revelado pelo site DCM, quando o general Pazuello puniu o soldado Carlos Vitor de Souza Chagas, então com 19 anos, que transportava uma banheira em uma carroça. O ex-ministro acusou o jovem, que é negro, de correr demais.
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Em seguida, Pazuello decidiu punir o soldado e obrigou Chagas a puxar a carroça feito um animal, com um colega o conduzindo. De acordo com relatos da matéria, a humilhação ocorreu diante do quartel, com outros militares assistindo.
"Ao 'punir' o soldado Carlos Chagas fisicamente colocando-o na posição ocupada por um animal, o ex-ministro Eduardo Pazuello bestializa e humilha publicamente um homem negro, incitando este estereótipo escravagista de tortura física impingida às pessoas negras como se fossem equiparadas a objetos e animais, seres desprovidos de subjetividade e humanidade", destaca o documento da Coalização Negra por Direitos entregue à promotoria.
"A conotação racista fica ainda mais evidente ao passo que o soldado Carlos Chagas nem mesmo era o condutor da carroça, mas sim seu companheiro do exército. Não se trata de caso de mera punição, mas sim de uma ânsia discriminatória e racista", ressalta a Coalizão.
Edição: Leandro Melito