Após pouco mais de sete horas de depoimento na CPI da Covid, nesta quarta-feira (19), o general e ex-ministro Eduardo Pazuello deixou o Senado por volta das 17h. A sessão terminou ainda com 23 senadores inscritos para fazer perguntas ao ex-ministro e por isso Omar Aziz (PSD-AL), presidente da comissão, decidiu encerrar a sessão que terá continuidade nesta quinta-feira (20).
Daqueles senadores que já tiveram o tempo de 15 minutos para questioná-lo, nem todos aproveitaram o tempo para tal finalidade. Humberto Costa (PT-PE) não fez nenhuma pergunta durante o seu tempo, enquanto a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) fez nove perguntas em 15 minutos.
Uma delas, inclusive, fez com que o ex-ministro chegasse bem próximo de recorrer ao habeas corpus concedido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe deu o direito de permanecer em silêncio, quando acreditar que as respostas podem incriminá-lo.
Até o momento, o general tentou retirar a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro sobre a má gestão da pandemia de covid-19, colocando-o à margem das decisões do Ministério da Saúde, e trazendo os estados e municípios para o centro das tomadas de decisão.
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Pazuello defendeu que, devido à decisão do STF, de abril de 2020, que garantiu a autonomia a estados e municípios para decidir acerca das medidas restritivas, coube ao Ministério da Saúde apenas “apoiar”, a partir do estabelecimento de alguns parâmetros para auxiliar na tomada de decisões. “A gente não pode interferir nas decisões dos estados e municípios. Uma coisa é a gente fazer a ação, outra coisa a gente usurpar responsabilidades e entrar nas esferas dos municípios e estados”, afirmou Pazuello durante o depoimento.
Na mesma linha, retirou o presidente Jair Bolsonaro do foco das ações da Saúde durante a pandemia. O general afirmou ao relator da CPI e senador Renan Calheiros (MDB-AL) que “em nenhum momento, Bolsonaro desautorizou ou orientou a fazer qualquer coisa diferente do que eu estava fazendo”. E reafirmou a sua posição ao dizer que todas as decisões do Ministério da Saúde foram suas. A declaração, no entanto, vai na contramão de frases ditas pelo próprio ministro antes da CPI.
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Edição: Vivian Virissimo