NOVA CONSTITUIÇÃO

Chilenos se preparam para "megaeleições" em 10 dias

Além de governadores, prefeitos e vereadores, Chile elegerá 155 deputados constituintes

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Mais de 14 milhões de chilenos estão convocados a eleger governadores, prefeitos, vereadores e uma convenção constitucional nos dias 15 e 16 de maio - Servel Chile

No dias 15 e 16 de maio, cerca de 14,9 milhões de chilenos estão convocados a participar das eleições para 16 governadores, 345 prefeitos, 2.252 vereadores e 155 representantes para a Convenção Constitucional.

O pleito estava previsto para acontecer em abril, mas foi adiado por conta da pandemia do novo coronavírus.

Hoje o país possui 1,22 milhão de casos, 26.726 mil falecidos pela covid-19 e está entre os primeiros no ranking de vacinação na América Latina, com 79 pessoas imunizadas a cada grupo de 100 mil habitantes.

A Câmara de Deputados aprovou decreto de feriado nacional durante o fim de semana das eleições para assegurar a participação de todos. 

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Apesar das megaeleições, a maioria da atenção está voltada para os novos deputados constituintes. Esta será a primeira vez na história em que uma Carta Magna será escrita por um grupo composto igualmente por homens e mulheres. 

No total, são cerca de 22 mil candidatos que disputam a preferência do eleitorado, em meio a uma campanha interrompida pela segunda onda da covid-19 e por protestos pelo direito a um novo saque de fundos previdenciários, como paleativo para as dificuldades econômicas durante a pandemia

Somente para a Constituinte são 1.191 postulantes, 62% independentes e 23% afirmam que têm alguma experiência política prévia. Além disso, do total de 155 cadeiras, 17 estão reservadas para os povos indígenas que elegerão seus representantes entre si.


Ao todo são 79 listas que disputam 155 vagas para a convenção constitucional, responsável por elaborar uma nova proposta de carta magna para o Chile. / Reprodução / Twitter

Nesse mar de propostas, os meios de comunicação têm criado plataformas para auxiliar o acesso dos chilenos aos programas das candidaturas.

O processo constituinte foi fruto dos protestos de outubro de 2019, que exigiram uma reforma constitucional. Em plebiscito, 78,27% da população decidiu que queria abandonar a atual Constituição, promulgada em 1980, durante o regime pinochetista.

No entanto, a unidade não se refletiu nas chapas e a esquerda sairá divivida em mais de quatro plataformas, dependendo da região. 

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Já os setores da direita, que eram contrários à redação de um novo texto constitucional, saíram unidos numa grande aliança nacional: Vamos por Chile. 

Para o presidente Sebastián Piñera, este processo eleitoral será um termômetro para as eleições presidenciais de novembro de 2021.

O descontentamento com a situação de crise econônomica e a repressão contra as manifestações de rua se expressam nas pesquisas de opinião, que apontam 91% de rechaço popular ao atual chefe de Estado chileno.

Os cinco principais problemas que os chilenos buscam resolver com a nova constituição são: segurança, desemprego, sistema de saúde, corrupção e sistema previdenciário, segundo pesquisa de opinião realizada em maio pela empresa Ipsos

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O estudo ainda apontou que 58% classifica a sociedade chilena como violenta e 71% acredita que o abuso das empresas contra os consumidores não diminuiu durante a gestão de Piñera.

Processo constituinte

Segundo o presidente do Serviço Eleitoral do Chile, Andrés Tagle, a partir das 18h do domingo (16) começarão a ser divulgados os resultados oficiais, à medida que avance a apuração. 

Depois de eleitos, os deputados constituintes terão 30 dias para ser proclamados e iniciar os trabalhos de elaboração de uma nova carta magna. 

A partir de junho, o grupo terá até 12 meses para apresentar um proposta que terá que passar por um novo plebiscito popular em 2022.

Edição: Leandro Melito