Política externa

Senado aprova indicação de Biden de diplomata anti-China para representar EUA na ONU

Linda Thomas-Greenfield, que prometeu uma rígida política contra a China, é a representante estadunidense no órgão

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Linda Thomas-Greenfield em uma audiência do Comitê de Relações Exteriores do Senado, em Washington D.C., em 27 de janeiro de 2021 - AFP

O Senado dos Estados Unidos aprovou, na última terça-feira (23), com uma votação expressiva de 78 a 20, a nomeação Linda Thomas-Greenfield como representante dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU). A aprovação representa uma vitória para o presidente Joe Biden, em um contexto em que o mandatário enfrenta forte oposição nas indicações para outros postos.

Na audiência de sua confirmação, a veterana diplomata apontou o papel fundamental dos Estados Unidos no âmbito internacional. “Quando os Estados Unidos aparecem, quando somos consistentes e persistentes, quando empregamos nossa influência de acordo com nossos valores, as Nações Unidos podem ser uma instituição indispensável para avançar a paz, a segurança e o nosso bem-estar coletivo”, afirmou a nova embaixadora de Washington na ONU.

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Antes de sua confirmação, alguns republicanos se opuseram à nomeação de Thomas-Greenfield por um discurso que proferiu em 2019, que consideraram brando em relação à China. Diante disso, em 27 de janeiro, a diplomata esclareceu que sua “máxima prioridade” seria evitar a influência de China no mundo e prometeu que exerceria uma política mais agressiva contra o país asiático.

Thomas-Greenfield também acusou a nação oriental de querer minar as Nações Unidas a partir de dentro. "Em particular, sabemos que a China está trabalhando em todo o sistema da ONU para impulsionar uma agenda autoritária que se opõe aos valores fundamentais da instituição: os valores americanos", disse.

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Washington e Pequim mantêm focos de tensão sobre vários temas como o comércio, a concorrência tecnológica, a pandemia do novo coronavírus, os assuntos relacionados com Taiwan e Hong Kong, entre outros.

No último dia 7 de fevereiro, Biden adiantou que haveria uma "competição extrema" com a China no cenário econômico mundial, embora garantisse que não buscava um conflito maior entre ambos.

Além disso, em dezembro de 2020, o democrata fez comentários concretos sobre a política entre EUA e China. Na ocasião, ele disse que o então mandatário, Donald Trump, tinha tido uma abordagem "às avessas” em relação à China. Por outro lado, Pequim estendeu a mão a Biden, mas chamou a atenção para que não se inicie uma "nova guerra fria".

Antes de ser a embaixadora estadunidense na ONU, Thomas-Greenfield foi Secretária de Estado Adjunta para os Assuntos Africanos no Departamento de Estado, de 2013 a 2017, embaixadora na Libéria (2008–2012), entre outros postos em relações exteriores.

*Com informações da HispanTV.

Edição: Vivian Fernandes