A direção do PSOL no Rio de Janeiro (RJ) já encaminhou à Comissão de Ética do partido o pedido de expulsão dos dois milicianos que estão filiados à legenda. De acordo com Isabela Lessa, presidente da sigla no município, a sigla pode tomar uma decisão em relação à solicitação ainda nesta terça-feira (8).
"Encaminhamos o pedido [de desfiliação], em caráter de urgência, à Comissão de Ética do PSOL, que ainda hoje deve deliberar junto ao Diretório Nacional a desfiliação em forma de expulsão do partido. Temos que desvincular essas figuras das fileiras do partido”, apontou Lessa.
Ainda de acordo com a dirigente, a legenda não foi pega de surpresa sobre a filiação dos milicianos. “Nós já tínhamos ciência desse caso tem muito tempo. Na época, achamos melhor não tomar nenhuma medida, no sentido da desfiliação, para não gerar alarde ou qualquer movimentação que pudesse prejudicar o rumo das investigações”, explicou Lessa.
É muito desconcertante esse tipo de gente vinculada ou filiada ao PSOL
Os milicianos Laerte Silva de Lima e sua esposa, Erileide Barbosa da Rocha, se filiaram ao PSOL em 19 de novembro de 2016, logo após a eleição de Marielle Franco (PSOL) à vereança no Rio de Janeiro. Para a dirigente, a filiação pode ter contornos políticos.
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“Não descartamos a hipótese de que seja uma ação coordenada de infiltração no PSOL, sabemos que essa é uma tática utilizada por setores da direita para ameaçar e restringir a liberdade dos partidos de esquerda. Isso não é uma novidade, acontece no mundo. Infiltrados que tentam ter informações internas”, explica Lessa, que coloca a legenda em posição antagônica aos interesses da milícia.
“Para nós, é muito desconcertante esse tipo de gente vinculada ou filiada ao PSOL. Eles nunca participaram de qualquer atividade do PSOL. Prezamos muito pelos nossos limites ideológicos, tentamos ao máximo fazer um processo de filiação ao PSOL que passa pelo debate político, mas não temos o controle absoluto sobre nossa base de filiados”, finaliza a dirigente.
Edição: Rodrigo Chagas