O ex-ministro de Governo da autoproclamada presidenta da Bolívia Arturo Murillo teria fugido ao Panamá através do Brasil, na última quinta-feira (5). O ex-funcionário é investigado por uma compra superfaturada de gás lacrimogêneo, em junho do ano passado. A justiça boliviana emitiu um alerta imigratório também no dia 5 para impedir que Murillo deixasse o país. Até o momento as autoridades não se manifestaram.
Murillo teria atravessado a fronteira pela cidade boliviana de Puerto Suárez até chegar a Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Depois se dirigiu a São Paulo, onde embarcou para a Cidade do Panamá, na madrugada da última segunda-feira (9). Segundo fontes do serviço imigratório brasileiro, a entrada foi registrada pela Polícia Federal.
O voo CMP 758, operado pela companhia panamenha Copa Airlines, saiu de Guarulhos às 5h15 e chegou ao Panamá às 9h39, da última segunda-feira (9).
Até a publicação dessa reportagem o ministério de Relações Exteriores não havia respondido ao Brasil de Fato.
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Murillo aprovou a compra de cartuchos da munição não letal por um valor quase três vezes superior à média do mercado, desviando o equivalente a R$ 28 milhões.
O processo penal permanece aberto sob as acusações de uso indevido de influências, negociações incompatíveis com o exercício das funções, contratos ruins ao Estado e o não cumprimento de deveres.
O ex-ministro de Governo e o de Defesa Luis Fernando López, investigado pela mesma operação, foram os primeiros a entregar sua carta de renúncia à Áñez, logo que a interina reconheceu a vitória eleitoral do Movimento Ao Socialismo.
Os dois foram os únicos que não compareceram ao último pronunciamento de Jeanine Áñez, realizado no dia 5 de novembro. Autoridades bolivianas tampouco confirmam o paradeiro do ex-ministro.
Edição: Leandro Melito