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Parlamento da Bolívia propõe julgamento de Áñez por genocídio em massacres

Assembleia recomenda também processos contra ministros do governo interino pela repressão policial após golpe de Estado

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Presidenta interina Jeanine Áñez, uma das protagonistas do golpe contra Evo Morales, pode ser julgada por crimes de responsabilidade
Presidenta interina Jeanine Áñez, uma das protagonistas do golpe contra Evo Morales, pode ser julgada por crimes de responsabilidade - AIZAR RALDES / AFP

A Assembleia Legislativa Plurinacional (ALP) da Bolívia recomendou, na última quinta-feira (29) o julgamento de Jeanine Áñez, autoproclamada presidente do país o golpe de Estado, pelos massacres cometidos durante sua gestão.

O documento foi elaborado pela comissão parlamentar mista que investiga os massacres ocorridos nas cidades de Senkata, Sakaba e Yapacaní em novembro do ano passado. Os parlamentares recomendam o julgamento da ex-senadora por genocídio.

A Assembleia legislativa recomenda também processos contra 11 ministros do governo interino pela repressão a massacres após o golpe de Estado pela  “violação dos direitos e garantias constitucionais, que resultaram na morte de 26 pessoas e que deixaram centenas de feridos e detidos durante a repressão policial e militar, após as eleições gerais de 2019”.

A presidenta da ALP, Eva Copa (MAS), explica que o relatório elaborado pela comissão será entregue ao Ministério Público do país e será analisado pela próxima legislatura, eleita no pleito de 18 de outubro.

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"O relatório será deixado para a próxima legislatura para tomar a decisão de realizar ou não o julgamento de responsabilidades, porque de acordo com a Lei 044 é necessário o apoio de dois terços para prosseguir com este ato", disse.

No documento elaborado pelo Parlamento, recomenda-se ainda a acusação de Áñez por outros crimes, tais quais: "desrespeito à Constituição do país e à leis, não cumprimento de seus deveres, assassinato, associação criminosa, privação de liberdade e desaparecimento forçado de pessoas”.

A investigação apresenta ainda as declarações de dezenas de parentes de vítimas fatais e feridos que testemunharam na comissão de inquérito, bem como depoimentos de pessoas entrevistadas durante as inspeções no local e outras perícias realizadas.     

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Ao analisar os casos dos massacres ocorridos Senkata, Sakaba, Yapacaní, entre outros, a comissão de investigação determinou que, em um dos casos, o da ponte Huayllani, em Sakaba, “houve um uso indiscriminado de armas letais e tanques” e que “o Instituto de Investigações Forenses (IDIF) determinou que as causas de morte de 26 pessoas se devem a impactos de balas”.       

Os parlamentares recomendam ainda o julgamento ordinário de comandantes e ex-comandantes da polícia de Cochabamba e La Paz, do comandante da Ação Conjunta (que integrava policiais militares e membros do Exército do país), Franco Suárez e do ex-comandante das Forças Armadas, Williams Kaliman.

*Com informações da teleSUR.

Edição: Luiza Mançano