Doze horas antes da abertura das urnas, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia anunciou a suspensão do sistema de Difusão de Resultados Preliminares (Direpre), que permitiria conhecer o resultados da eleição deste domingo (18) com mais agilidade. O sistema baseia-se na sistematização dos resultados das atas de cada zona eleitoral. Com a mudança, os bolivianos só terão acesso aos resultados conforme a apuração "voto a voto", o que costuma levar mais de dois dias.
A justificativa do órgão é "não alimentar incertezas" em um cenário "tão polarizado", segundo nota divulgada no sábado (17): "Esse sistema não permite ter segurança da difusão completa de dados que garantiriam certeza ao país sobre os resultados". O texto reforça que a decisão foi tomada "com seriedade técnica e motivada pela responsabilidade com o país."
A Organização dos Estados Americanos (OEA), o Centro Carter e a União Europeia se posicionaram imediatamente e declararam compreender as razões que levaram à suspensão do Direpre.
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O Movimento ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Evo Morales, afirma que a OEA foi uma das agentes do golpe de 2019 e que a suspensão é "altamente preocupante".
"Esta decisão de última hora levanta dúvidas sobre suas intenções [do Tribunal]", reagiu Morales em suas redes sociais.
O candidato do MAS, Luis Arce, lidera as pesquisas de intenção de voto, com chances de vencer em primeiro turno. Para isso, precisa fazer mais de 40% dos votos ou abrir 10 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado, o ex-presidente Carlos Mesa (Comunidade Cidadã).
Edição: Daniel Giovanaz