Santa Catarina contabiliza 781 pessoas desabrigadas, quando há necessidade de abrigo público, e 104 desalojadas (pessoas que ficaram sem seus lares, mas que estão abrigadas em outras casas) devido às fortes chuvas que atingem o estado. Até agora, 10 municípios decretaram situação de emergência: Florianópolis, Camboriú, Governador Celso Ramos, Tijucas, Biguaçu, Porto Belo, Ilhota, Balneário Camboriú, São José e Palhoça.
Até a manhã desta sexta-feira (17), o Corpo de Bombeiros já havia atendido a mais de 360 ocorrências em 27 cidades. Cerca de 2 mil pessoas precisaram de ajuda. A maioria delas estava isolada em locais alagados e ilhados pelas tempestades.
O deputado estadual do Psol, Marquito, visitou áreas atingidas pelas chuvas e relatou a situação de desamparo de diversas comunidades. "Há muita gente desalojada, muita gente afetada, pessoas que estão em locais de risco, que ainda não conseguiram acessar os serviços da Defesa Civil Municipal e não estão nos indicadores."
De acordo com a Defesa Civil, duas pessoas ficaram feridas em Florianópolis. A capital registrou alagamentos, deslizamentos e desabamentos de imóveis. A prefeitura acionou caminhões de hidrojato para fazer a drenagem da água da chuva.
Até esta sexta-feira, o maior volume de água havia sido registrado em Biguaçú, na região metropolitana da capital. Foram 391 milímetros em apenas 24 horas, o que supera o volume esperado para todo o mês de janeiro. A chuva abriu uma cratera no quilômetro 181 da BR-1011.
Outros municípios de Santa Catarina
No interior do estado, a situação também é crítica. Em Governador Celso Ramos, um pescador morreu após ser levado pela correnteza, enquanto navegava na praia de Palmas. Ao todo, 16 bairros foram afetados e houve registro de quedas de muros, árvores e o isolamento de diversas comunidades ribeirinhas.
A tempestade agravou a situação em áreas de encosta e regiões propensas a alagamentos em Itajaí. Segundo a prefeitura, entre a madrugada e a tarde desta quinta-feira, agentes da Defesa Civil municipal atenderam a 35 ocorrências relacionadas às consequências das chuvas, incluindo sete deslizamentos. No total, 20 pessoas e um animal precisaram ser socorridas.
Em Balneário Camboriú, as equipes de resgate tentam retirar moradores de áreas de risco. O risco de deslizamentos é máximo e a Defesa Civil monitora 42 pontos vulneráveis já mapeados. Foram atendidas mais de 170 ocorrências, incluindo quedas de árvores, rompimento de fiação elétrica, resgates, inundações, alagamentos e acidentes de trânsito.
Combate ao desastre
Desde a madrugada, servidores da Secretaria de Obras e moradores trabalham para remover a lama acumulada nas ruas de diversos bairros. As imagens da cidade, compartilhadas na internet, mostram alagamentos com carros parcialmente submersos e edifícios de luxo ilhados. Unidades de saúde e escolas também foram impactadas. Diante da situação crítica, municípios vizinhos enviaram máquinas, equipamentos, mão de obra e donativos para auxiliar a população.
Segundo o deputado Marquito, há prefeituras recusando ajuda do governo federal. "Agravando isso, percebemos também um número significativo de prefeitos e o próprio governador do estado negando o apoio do governo federal para mitigar e restaurar esses impactos"
O político convocou uma reunião extraordinária da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para a próxima segunda-feira (20). O objetivo é discutir a criação de mecanismos para fortalecer a percepção de risco climático em todo o estado.
Para esta sexta-feira (17) e o restante do fim de semana, a previsão continua sendo de chuvas e com alerta para novos deslizamentos, alagamentos e enxurradas, especialmente na Grande Florianópolis e no Litoral Norte, onde as chuvas têm sido mais intensas.
*Com informações da Agência Brasil
Edição: Martina Medina