O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, usou o Twitter nesta segunda (31) para manifestar apoio aos jornalistas Luis Nassif e Patrícia Faermann, do GGN, que estão sendo processados pelo banco BTG Pactual.
Por ordem judicial, o site precisou retirar do ar, no último final de semana, 11 reportagens exclusivas, publicadas nos últimos meses, sobre negócios envolvendo o banco.
“Questionar a venda de créditos avaliados em 3 bilhões por 371 milhões é absolutamente legítimo, para não dizer obrigatório. Os brasileiros têm direito a uma explicação e os jornalistas que suscitaram a questão, Luís Nassif e Patricia Faermann, merecem apoio, jamais censura”, escreveu o presidente da OAB.
:: Notícias falsas devem pautar o debate eleitoral em 2020 ::
Em sua sentença, o juiz da 32ª Vara Cívil do Rio de Janeiro afirmou que a imprensa deve ser livre, mas não para “causar danos à imagem de quem quer que seja”. Sem entrar no mérito das denúncias feitas pelo GGN sobre o BTG, ele ainda anotou que o “pequeno jornal”, como definiu o site, “transbordou os limites da liberdade de expressão”. O GGN vai recorrer da decisão.
Questionar a venda de créditos avaliados em 3 bilhões por 371 milhões é absolutamente legítimo, para não dizer obrigatório. Os brasileiros tem direito a uma explicação e os jornalistas que suscitaram a questão, Luís Nassif e Patricia Faermann, merecem apoio, jamais censura.
— Felipe Santa Cruz (@felipeoabrj) August 31, 2020
Nesta segunda (31), o BTG Pactual foi o assunto mais comentado no Twitter. Até às 14h, mais de 45 mil mensagens sobre a censura judicial foram disparadas na rede social.
O GGN recebeu apoio de jornalistas, políticos, acadêmicos, artistas, influenciadores e sites da imprensa independente. A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) manifestou solidariedade e entrará no processo nas instâncias superiores como “amicus curiae”.
A ex-presidente Dilma Rousseff e o governador Flávio Dino afirmaram que a decisão é genérica e inconstitucional. O ex-presidenciável do PT, Fernando Haddad, disse que a grande mídia deve defender a liberdade de imprensa e dar continuidade às reportagens sobre o BTG enquanto a Justiça não revisa a decisão do magistrado do Rio.
O GGN procurou, por e-mail, a Abraji, Fenaj, ANJ, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, entre outras associações de classe, na manhã desta segunda (31).