Nós, o Brasil de Fato e um grupo de veículos progressistas do mundo todo, nos unimos contra os ataques aos jornalistas do grupo editorial New Frame, Magnificent Mndebele e Cebelihle Mbuyisa, por parte do governo de Suazilândia. No domingo, 4 de julho de 2021, Mndebele e Mbuyisa, que se encontravam em missão no país, foram detidos, agredidos e torturados pelas forças de segurança.
Eles estavam na Suazilândia para informar sobre os protestos pró-democracia e o assassinato de cidadãos pelo Estado nesse contexto. Durante a estadia no país, eles foram várias vezes detidos em fiscalizações nas estradas, ameaçados e obrigados a apagar o material de seus telefones e câmeras. Também receberam mensagens ameaçadoras pelo WhatsApp.
::Liberdade de imprensa e a politização da Justiça: as regras e o jogo::
Na manhã do domingo, 4 de julho, quando voltavam do funeral de Vincent Bhembe, que teria sido baleado pelas forças de segurança no dia 30 de junho e morreu no hospital no dia seguinte, foram ameaçados com revólveres. Suas câmeras foram confiscadas e eles foram obrigados a deletar importantes gravações e fotografias do funeral, incluindo entrevistas com pessoas que haviam sido baleadas e feridas.
Em seguida, foram levados à delegacia de polícia mais próxima, onde foram interrogados e agredidos com socos e pontapés. Sacos plásticos foram colocados sobre suas cabeças para asfixiá-los. Esta prática, às vezes descrita como "entubado", é reconhecida mundialmente como uma forma de tortura. Após a intervenção de sua equipe jurídica na África do Sul e dos advogados da Suazilândia, foram liberados e levados para um hospital enquanto aguardavam um retorno seguro à África do Sul.
O New Frame observou que, durante sua detenção e tortura, foi difícil manter a comunicação com os jornalistas, pois a conexão com a internet foi cortada como parte das medidas repressivas contra os protestos em massa.
Apoiamos o New Frame e Mndebele e Mbuyisa, que arriscaram sua segurança pessoal para romper o corte das comunicações e contar as histórias daquelas pessoas que arriscam suas vidas para lutar contra um governo opressor. Os ataques sofridos por elas não são casos isolados e fazem parte dos maiores atos repressivos contra a dissidência e as liberdades democráticas por parte do governo da Suazilândia.
::"Jornalismo não é crime! É um bem público essencial à democracia"::
Edição: Vinícius Segalla