O Tribunal Penal da Corte Nacional de Justiça do Equador condenou, nesta terça-feira (07), o ex-presidente Rafael Correa a oito anos de prisão e suspendeu seus direitos políticos por 25 anos em um suposto caso de suborno durante seu governo (2007-2017).
O ex-mandatário e lideranças da esquerda equatoriana denunciaram o ato de perseguição judicial contra Correa, que vive na Bélgica. "Isso era o que estavam buscando: manobrar a justiça para conseguirem o que nunca conseguiram nas urnas", disse Correa em sua conta no Twitter.
O ex-presidente ainda afirmou que a Justiça "foi tomada pelo poder político" e chegou a comparar sua sentença com os casos do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e com a ex-mandatária da Argentina Cristina Kirchner, ambos alvos de processos na Justiça nos últimos anos.
Correa também destacou que a condenação serve para retirá-lo do processo eleitoral, já que o Equador tem eleições presidenciais marcadas para 2021.
No mesmo processo, o ex-vice-presidente Jorge Glas, que já estava preso do país desde outubro de 2017, também foi condenado e teve os direitos políticos cassados.
Marcela Holguín, deputada equatoriana do Aliança País, partido de Correa, manifestou indignação "por essa nova injustiça".
A deputada Marcela Aguiñaga, também aliada ao ex-presidente, destacou que "tudo foi forçado para inabilitar Rafael Correa". "O julgamento da história será implacável com os autores da injustiça", disse.
Os processos contra Correa começaram durante o mandato do presidente Lenín Moreno, ex-vice de Correa, que há quase três anos rompeu com as forças políticas que o elegeram e com o plano de governo com o qual foi eleito.