Agricultores, pescadores e moradores de São José do Norte, no extremo sul do Rio Grande do Sul, reafirmaram sua insatisfação com os projetos de mineração que pretendem se instalar na região. As manifestações aconteceram na tarde de quarta-feira (15), durante assembleia popular realizada pelos locais, em parceria com o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), que reuniu cerca de 250 trabalhadores e trabalhadoras para debater os impactos da exploração de minerais pesados pela empresa RGM Mineração.
Em suas falas, conforme comunicado do MAM, os habitantes afirmaram que “se o projeto for instalado, será o fim da produção das variadas hortaliças e da produção agroecológica, com redução da qualidade e do valor comercial dos produtos da agricultura e da pesca”. Demonstraram-se preocupados com a saúde e o bem-estar de quem vive no município e com a qualidade da água e do lençol freático que abastece a região.
A assembleia contou com a participação do Observatório dos Conflitos Urbanos e Socioambientais do Extremo Sul do Brasil, responsável pelos estudos dos impactos relacionados ao projeto e de lideranças religiosas. O encontro teve também a presença de assentados do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que estão sendo ameaçados pelo projeto Mina Guaíba, no qual a Copelmi Mineração Ltda pretende explorar carvão mineral na região metropolitana de Porto Alegre. Para os assentados, “o momento é de união dos territórios ameaçados na defesa de projetos que melhore a qualidade de vida dos municípios pois a mineração virá para destruir a tudo e a todos”.
Edição: Marcelo Ferreira