Em risco

"Lamento que o Brasil cogite eleger alguém que nega a democracia", diz Juca Kfouri

Desprezo de Bolsonaro pelos Direitos Humanos é um motivo de angústia para quem já enfrentou uma ditadura

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O jornalista defende ainda que o Brasil precisa de um projeto político esportivo
O jornalista defende ainda que o Brasil precisa de um projeto político esportivo - Foto: RBA

A disputa eleitoral para presidente do Brasil deixou o domingo com um clima de final de Copa do Mundo de Futebol.  As pesquisas de intenção de voto deram um indicativo de polarização entre um projeto democrático e outro com forte inspiração fascista. 

Desde a redemocratização do país, em meados dos anos 1980, o processo eleitoral não tinha uma candidatura de extrema direita, abertamente a favor da ditadura, que incitasse uma rejeição tão significativa e mobilizações apartidárias e espontâneas como o #elenão.

O jornalista esportivo Juca Kfouri falou à Rádio Brasil de Fato sobre o processo eleitoral e a polarização da disputa. 

"Lamento que o Brasil tenha chegado a esse estágio, e que o país cogite eleger alguém que nega a democracia, os direitos humanos e está totalmente aberto ao regime ditatorial", analisa Juca Kfouri.

Juca também lembrou que, apesar de ser o único país pentacampeão mundial de futebol, o Brasil dá pouca importância para os esportes, desperdiçando um grande potencial.

"Até hoje o Brasil não tem um projeto político esportivo. É necessário uma compreensão do Estado de que o esporte, antes de tudo, é um fator de saúde pública. Precisamos democratizar o acesso ao esporte público e com qualidade", diz Kfouri.

Integrante de uma geração que enfrentou a ditadura militar pós-1964, e que teve amigos desaparecidos e torturados, o jornalista esportivo disse que as perspectivas da atual conjuntura são motivo de angústia.
 

Edição: Cecília Figueiredo