A Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, a ex-presidenta chilena Michelle Bachelet, denunciou que os ativistas sociais na América Latina correm cada vez mais riscos e pediu que os governos reforcem sua proteção e tomem medidas para evitar que a situação continue piorando.
No seu primeiro discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU, após ser empossada no dia 5 de setembro, Bachelet enfatizou a situação dos líderes sociais e de direitos humanos na América Latina, vítimas da violência crescente.
A ex-presidente chilena indicou que apesar do cessar-fogo determinado nos Acordos de Paz entre o governo colombiano e as extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (FARC-EP), a Colômbia foi o país que registrou o número mais elevado de crimes contra líderes sociais.
Nesta segunda-feira (10), a Organização Nacional Indígena da Colômbia denunciou o assassinato da líder social indígena Marta Carolina Cañas Yagarí na reserva de Karmata Rúa, localizada no estado de Antoquia.
Com este assassinato, o número de líderes sociais mortos em 2018 chega a 160. São 364 vítimas desde a assinatura dos Acordos de Paz no dia 24 de novembro de 2016 e 465 em um período de menos de dois anos (2016-2018), segundo os dados recopilados pela teleSUR com base no relatório especial “Todos os nomes, todos os rostos”, apresentado por diversas organizações sociais, entre elas, o Instituto Para Desenvolvimento e a Paz (Indepaz).
México
Michelle Bachelet revelou que, no México, foram assassinados oito ativistas durante os primeiros meses de 2018, superando o número de vítimas registrado durante todo o ano passado.
A ex-presidenta do Chile afirmou que muitos defensores dos direitos humanos na América Latina sofrem perseguição judicial, denúncias abusivas, campanhas de difamação, vigilância, ameaças de morte e ataques.
Bachelet também fez referência ao assassinato de jornalistas no México, já que em 2017, 12 profissionais foram executados. No ano passado, 8 jornalistas foram mortos e um desapareceu.
O terceiro país da região comentado por Bachelet com preocupação foi a Guatemala, com 12 assassinatos de ativistas neste ano, comparados com oito em 2017.
Edição: teleSUR | Versão para o português: Luiza Mançano