A pré-candidata a presidenta pelo PCdoB, deputada estadual Manuela D'Ávila, foi agredida por um simpatizante do também presidenciável Jair Bolsonaro após participar de ato político no Acampamento Lula Livre, em Curitiba, na manhã desta segunda-feira (9). O homem pediu para tirar uma foto com a deputada, mas aproveitou para gravar um vídeo e provocar a parlamentar com palavras de baixo calão.
A área onde o agressor estava antes do ocorrido é restrita, com circulação apenas de pessoas autorizadas e agentes da Polícia Federal --ou seja, não poderia ser acessada por manifestantes nem a favor e nem contrários a Lula. Após a agressão, o homem voltou à área da Polícia Federal. A deputada destacou o fato de a polícia ter liberado e escoltado o agressor, e não a vítima.
A parlamentar pede que o sujeito seja identificado, já que imagens gravadas minutos antes da agressão comprovam que ele conversava com agentes da polícia. "O problema não é a provocação que esse homem fez a mim. A minha maior preocupação é com a segurança do presidente Lula. Ele está aqui dentro, come aqui. Queremos saber se o agressor por acaso trabalha aqui [no prédio da PF]. Se a polícia não esclarecer, vai caber a mim a interpretação dos fatos", disse a deputada.
Depois do tumulto Manuela falou aos apoiadores da democracia não caírem em provocações, "porque é isso que eles querem para tirar o acampamento daqui. O que temos que nos preocupar é com a integridade do presidente Lula, porque ainda não sabemos se essa pessoa trabalha na PF”, disse Manuela D’Ávila.
Área restrita
Uma liminar de interdito proibitório, expedida no fim da tarde de sábado (7) pelo Juiz substituto Ernani Mendes Silva Filho, isola as quadras em frente à polícia federal. A liminar atendeu ao pedido feito pela prefeitura de Curitiba.
As pessoas que estavam concentradas fora dos portões da Polícia Federal, em solidariedade a Lula, foram atacadas pela polícia com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo na noite do sábado. No mesmo momento, organizadores da mobilização estavam reunidos com a Polícia Federal para negociar a continuidade do ato. Os manifestantes contrários ao ex-presidente não foram atacados.
A liminar, no entanto, determinou que a área em volta da Polícia Federal não pode ser acessada pelos manifestantes dos dois lados. Há um cordão de isolamento feito por policiais que impedem a circulação na região.
A mobilização pró-Lula foi obrigada a recuar uma quadra, onde agora está montado o acampamento Lula Livre. Pessoas de diferentes estados --como Maranhão, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo-- já estão no local, e caravanas de outras regiões devem chegar nos próximos dias.
Edição: Ednubia Ghisi