Pouco depois do anúncio de que o ex-presidente Lula se apresentaria às autoridades da operação Lava Jato, apoiadores do ex-presidente começaram a se reunir nos arredores da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). Eles atendem ao chamado feito pela Frente Brasil Popular para a montagem de um acampamento que ficará em vigília permanente em defesa da democracia e pela liberdade de Lula.
Regina Cruz, presidenta estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT/PR) disse que as organizações populares garantirão a estrutura necessária para estar em vigília permanente. “A mobilização está bonita. Já temos uma estrutura de barraca. Muitos companheiros aqui do bairro estão ajudando, abrindo a porta das suas casas. Temos água, comida, nada vai faltar para os companheiros e companheiras. É uma vigília permanente, não tem data nem hora pra terminar. Esse pessoal que está aqui hoje já não sai mais daqui e vai ficar por tempo indeterminado”, afirmou.
Regina também confirmou a informação de que nas próximas horas cerca de 30 ônibus com militantes sociais se somarão à vigília em Curitiba.
“Várias caravanas estão vindo. Amanhã, cerca de 20 a 30 ônibus vão chegar. Na região toda sul vai se concentrar aqui no estado do Paraná e já estão a caminho”, afirmou.
Um outro grupo, em menor quantidade de pessoas, vestidos com camisas da seleção brasileira e bandeiras do Brasil, se concentrou em outra entrada do prédio da PF. Duas barreiras policiais dividem os manifestantes. Segundo o Dr. Rosinha, presidente estadual do PT, as autoridades estaduais se comprometeram em garantir a segurança e integridade de todos os manifestantes.
“Nós definimos a vigília ontem. Respeitaram a nossa solicitação do espaço para que pudéssemos fazer nosso ato. Então a gente espera que nossa atividade seja respeitada, até porque esse ato aqui é um ato pacífico”, disse.
Quem apoia Lula
Entre os apoiadores do ex-presidente Lula, reunidos em Curitiba, está um grupo de trabalhadores da Federação Única dos Petroleiros. Cláudio Beal afirma que não se trata apenas de uma defesa do ex-presidente, mas do projeto que ele representa. “Estou aqui em defesa dos mais fracos, do povo brasileiro, dos 14 milhões de desempregados que existem hoje no Brasil. E a única saída para essa situação que o país está vivendo é o nosso presidente Lula, símbolo dos trabalhadores”, disse Beal.
Já o carpinteiro Pedro, de 56 anos, decidiu participar da vigília por conta própria, carregando um cartaz com os dizeres: “Cortar benefício do trabalhador é fácil, né Temer? Difícil é tirar milhões da pobreza”. “Eu quero que o Lula volte, e estou aqui para que o mundo inteiro saiba que o povo está com ele”, afirmou.
A juventude é a responsável pela animação da vigília. Com instrumentos musicais, diversas jovens, militantes da União Nacional dos Estudantes e do Levante Popular da Juventude, tem a missão de não deixar que ninguém se desanime nesse primeiro dia de acampamento. “Eu vim prestar solidariedade a Lula. Nós temos que demonstrar que somos contra esse desprezo que uma parte da sociedade tem com ele”, disse Caio Wendeler, de 20 anos.
A convocatória da vigília permanente foi lançada pelo dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e acolhida pelas organizações de esquerda que compõem a Frente Brasil Popular.
Edição: Juca Guimarães