Na sexta-feira (7), Dia Mundial da Saúde, o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG) e o Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMS-BH) realizam um ato contra os retrocessos promovidos pelo governo não eleito de Michel Temer (PMDB). O principal objetivo é alertar a população sobre as ameaças ao Sistema Único de Saúde (SUS) e reivindicar o fim dos planos privados "populares".
A programação conta com um aulão público sobre essas questões com o médico sanitarista e doutor em Saúde Coletiva pela Universidade de Campinas (Unicamp), Fausto Pereira dos Santos, e debate com a diretoria dos conselhos. Logo depois, os manifestantes saem às ruas numa passeata de protesto.
O vice-presidente do CES-MG, Ederson Alves da Silva, chama a atenção para a perda de recursos destinados ao SUS nos próximos 20 anos, por conta da PEC 55. Segundo ele, são mais de R$ 400 bilhões que deixarão de ser investidos no sistema, que hoje atende cerca de 150 milhões de pessoas (75% da população). "Em contrapartida, o governo anuncia planos privados que, na verdade, permitem que o usuário arque com até 50% do atendimento e não cobrem internações, cirurgias e tratamentos mais complexos", declara.
Para ele, isso quer dizer que os planos irão limitar o acesso das pessoas às consultas, além de diminuir a qualidade dos atendimentos e não resolver os problemas de eventuais demoras do SUS. "Queremos mais recursos para uma saúde pública gratuita e de qualidade", ressalta o vice-presidente.
A passeata de sexta, que tem o tema "Depressão do SUS", ironiza as medidas de sucateamento que o governo propõe e também aproveita para apoiar a campanha 2017 da Organização Mundial de Saúde (OMS), que alerta para os problemas ocasionados pela depressão.
O aulão terá início às 10h no Centro de Referência da Juventude - CRJ, na Praça da Estação, e a passeata deve começar às 11h.
Edição: Joana Tavares