Mobilização

Projeto de mega-prisão na Amazônia equatoriana é alvo de protestos contra governo de Noboa

Comunidades Kichwa, camponeses e habitantes da região têm bloqueado estradas importantes em defesa da floresta

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Os povos e nacionalidades Kichwa, Quijos e Waoranis permanecem em resistência para defender a Amazônia no Equador - Foto: RedKapari

Organizações populares equatorianas se mobilizaram nesta quarta-feira (11) em protesto contra a decisão do governo de Daniel Noboa de construir uma mega-prisão, avaliada em mais de US$ 50 milhões (cerca de R$ 300 milhões), em Archidona, na província amazônica de Napo.

“Não há recursos para a Amazônia, não há recursos para obras, saúde e educação, mas há 51 milhões de dólares para a prisão de segurança máxima, não é possível continuar a suportar uma humilhação desse nível”, disse o presidente da Confederação das Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana (Confeniae), José Esach em coletiva de imprensa.

O governo Noboa seguiu com a construção da prisão de segurança máxima na comunidade amazônica de Archidona, apesar da forte oposição ao projeto por parte dos povos indígenas.

O Serviço Nacional de Atenção Integral a Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores (SNAI) anunciou na terça-feira (10) o contrato para o novo centro penitenciário à empresa Puentes y Calzadas Infraestructuras S.L.. O contrato para a obra prevê que ela deve ser executada dentro de 300 dias após a autorização.

Nos últimos oito dias, comunidades Kichwa, Quijos e Waorani, camponeses e habitantes da região têm bloqueado estradas importantes, como a Y de Baeza, isolando assim as províncias de Napo, Orellana e Sucumbíos em protesto contra o novo empreendimento. 

*Com Telesur

Edição: Leandro Melito