GUERRAS ISRAELENSES

Israel anuncia morte de líder do Hamas, Yahya Sinwar, na Faixa de Gaza

Sinwar havia assumido a liderança do grupo após o assassinato recente de Ismail Haniyeh

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Nesta foto de arquivo datada de 14 de dezembro de 2022, o chefe do movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar - MOHAMMED ABED / AFP

O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, anunciou, nesta quinta-feira (17), a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, durante uma operação militar na Faixa de Gaza.

"Três terroristas foram eliminados durante operações militares na Faixa de Gaza", havia informado mais cedo uma fonte da segurança israelense em um comunicado, destacando que análises de DNA eram realizadas em um corpo para confirmar se era o de Sinwar.  Logo após o anúncio da morte pelo chanceler de Israel, o Exército confirmou a morte de Sinwar.

A guerra "ainda não terminou", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a morte do líder do Hamas.

Aos 61 anos, Sinwar liderava o movimento dentro da Faixa de Gaza desde 2017 e assumiu o cargo de líder político depois que Ismail Haniyeh foi morto em 31 de julho, em um ataque com explosivos em Teerã, que foi atribuído a Israel. Da ala mais radical do Hamas, era considerado um dos mentores do ataque lançado pelo grupo em 7 de outubro do ano passado em território israelense. 

Escalada

O anúncio da morte do líder do Hamas chega em um contexto explosivo no Oriente Médio, onde Israel bombardeia desde 23 de setembro as posições do Hezbollah no Líbano, que abriu uma frente de ataque após o dia 7 de outubro em apoio ao Hamas.

Ao meio-dia desta quinta-feira, os ataques atingiram várias regiões do sul e leste do Líbano, redutos do Hezbollah, além de subúrbios ao sul de Beirute, segundo imagens da AFPTV e da agência oficial libanesa. Pouco antes, Israel bombardeou a cidade síria de Latakia e feriu dois civis.

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, lançaram vários ataques com bombardeiros B-2 contra arsenais subterrâneos em áreas do Iêmen controladas pelos rebeldes huthis, que prometeram uma "resposta" em solidariedade à violência no Líbano e na Palestina. 

O Exército israelense deslocou a maior parte de sua operação militar para a frente libanesa. Em quase um mês, ao menos 1.373 libaneses morreram, segundo uma contagem baseada em dados oficiais. A ONU afirma que há cerca de 700 mil deslocados.

Um edifício no centro de Beirute, onde ficam escritórios do canal catari Al Jazeera e das embaixadas da Noruega e do Azerbaijão foi evacuado nesta quinta-feira, após supostas ameaças israelenses, indicou uma fonte de segurança libanesa. 

Os bombardeios israelenses contra a cidade de Nabatieh, sul do Líbano deixaram ao menos 16 mortos na quarta-feira. Nesta quinta-feira, outro bombardeio atingiu as imediações da cidade costeira de Tiro, segundo imagens da AFPTV, depois que Israel ordenou a saída dos moradores da área.

Em uma visita incomum ao Egito, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, conversou com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, sobre o perigo de um conflito regional. Os dois discutiram a "necessidade de conter a escalada regional" e alcançar um cessar-fogo em Gaza e no Líbano, segundo a Presidência egípcia.

O comandante da Guarda Revolucionária iraniana, Hossein Salami, advertiu nesta quinta-feira que o país responderá com um ataque "doloroso", em caso de represália israelense aos mísseis lançados no dia 1º de outubro por Teerã.  O Irã afirma que os quase 200 mísseis lançados contra Israel foram uma resposta ao bombardeio que matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e o general iraniano Abbas Nilforushan.

*Com AFP

 

                

Edição: Leandro Melito