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Primeira vereadora do Psol eleita em Curitiba diz que está pronta para combater a política do ódio

Professora Ângela ficou conhecida em uma imagem no dia 29 de abril de 2015, conhecido como o Massacre do Centro Cívico

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
A professora Angela Alves Machado corre desesperada do Batalhão de Choque, no Centro Cívico, em Curitiba n ano de 2015 - Daniel Castellano

A Professora Angela, candidata a vereadora pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol) foi eleita com 6.294 votos como vereadora em Curitiba. É a primeira vez na história do partido que uma candidatura se elege para o Legislativo da cidade.

O dia 29 de abril de 2015 é considerado um divisor de águas na vida da vereadora, que toma posse em 2025. Esse foi o dia do "Massacre do Centro Cívico", episódio de violência do governo Beto Richa (PSDB) contra os professores do estado. Angela Machado ficou conhecida pela icônica imagem que ilustra este texto, em que ela foge de um pelotão da polícia que reprimia os manifestantes. Desde então ela se envolveu com mais profundidade na política partidária.

Foi naquele momento que ela se decidiu filiar-se ao partido. "Entrei no Psol em 2015, logo após o Massacre do Centro Cívico, senti que eu precisava militar organizadamente num partido e escolhi o Psol, que é o partido que carrega as bandeiras que acredito. De lá pra cá, venho trabalhando na construção desse partido", conta.

Com o tempo, seu nome começou a ser escolhido para concorrer a eleições. Primeiro, foi candidata à governadora do Paraná, em 2022, e nas eleições de 2024, foi uma das candidaturas prioritárias do partido no estado.


Professora Angela foi candidata ao governo do Paraná, em 2022 / Divulgação

"Decidi me candidatar por acreditar que a política é uma ferramenta, uma capacidade necessária para transformar toda essa realidade injusta que a gente vive. Eu não tenho herança política, não tenho padrinhos políticos, não sou empresária. Faço uma caminhada autônoma com movimentos sociais. Decidi me candidatar justamente porque acredito que Curitiba precisa de um mandato verdadeiramente socialista e comprometido com a classe trabalhadora, que seja um polo de articulação das lutas, debate crítico e proposição para a cidade. Um lugar para lutar contra a violação dos nossos direitos. É necessário que pessoas como nós ocupemos os espaços institucionais", diz Angela.  

Em entrevista anterior ao Brasil de Fato Paraná, a vereadora eleita do Psol Curitiba conta que foram seus pais que lhe ensinaram a ter consciência política. "Sou filha de um pedreiro e de uma costureira que sempre me ensinaram a ter consciência de classe. Sempre fui sindicalizada e militante da educação, sempre estive na defesa da educação", diz.

Psol na Câmara Municipal de Curitiba

Ângela diz saber que o momento é difícil em Curitiba, mas está preparada para enfrentar o avanço da extrema direita e a política do ódio.

"Ficamos muito felizes em conquistar o primeiro mandato em Curitiba. É uma demonstração de que existe espaço para as nossas lutas e ideias. Ao mesmo tempo, o cenário na cidade é duro. A extrema direita avançou e teremos pela frente um desafio árduo de combater o conservadorismo e a política de ódio. Mais do que nunca, um mandato do Psol será muito necessário", diz. Para ela, as pautas centrais a serem trabalhadas em seu mandato serão educação, mulheres e direito à cidade.

"Precisamos pensar uma Curitiba para as mulheres e mães trabalhadoras, para a juventude, para o povo. Queremos ser um mandato conectado aos movimentos sociais e que ecoe na Câmara as lutas das ruas", conclui.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lucas Botelho