Oriente Médio

Irã diz que apoia esforços para trégua simultânea no Líbano e em Gaza

Em Beirute, chanceler iraniano foi recebido pelo premiê libanês; condição é que povos das regiões sejam respeitados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Devastação após um ataque aéreo israelense ao bairro de Haret Hreik, nos subúrbios do sul de Beirute, em 3 de outubro de 2024 - AFP

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, disse nesta sexta-feira (4) que Teerã "apoia os esforços" destinados a alcançar um cessar-fogo simultâneo no Líbano e na Faixa de Gaza, territórios atacados por Israel. A declaração foi feita durante a visita de Araqchi a Beirute, onde foi recebido pelo primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, e pelo presidente do Parlamento, Nabih Berri, aliado do Hezbollah. 

"Apoiamos os esforços para um cessar-fogo, na condição de que, em primeiro lugar, os direitos do povo libanês sejam respeitados e que seja aceito pela resistência", disse Araqchi, referindo-se ao movimento Hezbollah.

"Em segundo lugar, deve ocorrer simultaneamente com um cessar-fogo em Gaza", acrescentou. Essa foi a primeira visita ao Líbano de um ministro iraniano desde o assassinato, em 27 de setembro, do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, por um bombardeio israelense.

Araqchi especificou que discutiu o cessar-fogo com "as autoridades libanesas" e disse que as autoridades iranianas também estavam "em contato com outros países para estabelecer um cessar-fogo". "A República Islâmica do Irã sempre apoiou o Líbano, foi e continua sendo um apoio dos xiitas libaneses e do Hezbollah", sublinhou.

Tanto a França como os Estados Unidos, juntamente com outros países árabes e ocidentais, apelaram em setembro a um cessar-fogo imediato de 21 dias entre Israel e o Hezbollah, a fim de "dar uma oportunidade à diplomacia". Israel ignorou a iniciativa e intensificou os bombardeios contra o país vizinho. 

Três hospitais no Líbano, um deles nos subúrbios ao sul de Beirute, anunciaram nesta sexta-feira (4) a suspensão das suas atividades devido aos bombardeios israelenses no país, segundo declarações da agência nacional de notícias ANI

O hospital de Santa Teresa, próximo aos subúrbios ao sul da capital, anunciou que estava suspendendo os seus serviços devido aos ataques israelenses nas proximidades, assim como outros dois hospitais no sul do Líbano, informou a agência.

Aiatolá promete resistência

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, defendeu nesta sexta-feira (4) a ação com mísseis de seu país contra Israel e prometeu que seus aliados no Oriente Médio seguirão lutando.

Pronunciado em árabe e não em persa - idioma mais falado no Irã - esse foi o primeiro discurso do líder após o ataque e ocorre dias antes do genocídio em Gaza completar um ano na próxima segunda-feira (07).

"A resistência na região não retrocederá ante esses martírios e vencerá", acrescentou, referência aos assassinatos de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. morto em 27 de setembro em um bombardeio israelense perto de Beirute, e de Ismail Haniyeh, chefe do Hamas, em um ataque atribuído a Israel em 31 de julho em Teerã.

*Com AFP

Edição: Leandro Melito