Após ser declarado "persona non grata" por Israel, o secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu nesta quarta-feira (2) que “a soberania do Líbano seja respeitada”. Guterres discursou na abertura da reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU em Nova York nesta quarta (2), após a invasão terrestre do território libanês por Israel e a resposta do Irã, que atacou Tel Aviv na terça-feira (1).
O secretário-geral da ONU disse que está na hora das “hostilidades” terminarem no Líbano e de um cessar-fogo em Gaza, acompanhado da libertação de prisioneiros e da entrega de ajuda aos palestinos.
Guterres também condenou o ataque de mísseis do Irã contra Israel dizendo ao Conselho de Segurança que o "ciclo mortal de violência do tipo olho por olho deve parar"."O tempo está se esgotando”, disse ele, que enfatizou que a escalada dos combates no Oriente Médio "estão rapidamente se tornando um inferno".
As forças de paz da ONU no Líbano permanecerão em suas posições, apesar da solicitação de Israel para que a força multinacional de manutenção da paz seja transferida. Guterres enfatizou que a segurança e a proteção de todo o pessoal da ONU devem ser garantidas e acrescentou que é "absolutamente essencial evitar uma guerra total no Líbano, que teria consequências profundas e devastadoras".
Persona non grata
Israel declarou nesta quarta-feira (2) como "persona non grata" o secretário-geral da ONU, António Guterres, por não condenar de maneira clara o ataque de mísseis realizado pelo Irã contra seu território.
"Qualquer um que seja incapaz de condenar de maneira inequívoca o ataque hediondo do Irã contra Israel não merece pisar em solo israelense", afirmou o ministro das Relações Exteriores israelenses, Israel Katz, em comunicado.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, disse nesta quarta que Israel “enfrentará reações mais severas” se não parar o que ele chamou de “seus crimes”.
Pezeshkian fez os comentários ao sair para uma viagem programada ao Qatar. Ele disse à televisão estatal que o primeiro objetivo em Doha é discutir os laços bilaterais e assinar acordos com o governo do Catar. Ele também participará de uma cúpula do Diálogo de Cooperação Asiática.
“O segundo objetivo é discutir como os países asiáticos podem evitar os crimes israelenses na região [...] e evitar que os inimigos causem tumulto no Oriente Médio”, disse Pezeshkian.
A China também se manifestou e pediu às potências mundiais que evitem que a situação no Oriente Médio piore.
“O lado chinês pede que a comunidade internacional, especialmente as principais potências influentes, desempenhe realmente um papel construtivo e evite que a situação se deteriore ainda mais”, disse um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China.
Enquanto isso, o ministro da Economia da Arábia Saudita, Faisal al-Ibrahim, disse que seu país está esperando por uma “redução da escalada e diálogo”.
*Com Al Jazeera e AFP
Edição: Leandro Melito