O governo do Haiti condenou, nesta quarta-feira (11), “declarações discriminatórias” feitas pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump no debate eleitoral de terça-feira (10), segundo as quais imigrantes haitianos estariam se alimentando de bichos de estimação como cães e gatos no estado de Ohio.
“Infelizmente, esta não é a primeira vez que compatriotas no exterior são vítimas de campanhas de desinformação, estigmatizados e desumanizados para servir a interesses políticos eleitorais”, se manifestou o Haiti por meio do Ministério das Relações Exteriores.
Desde a última segunda-feira, figuras conservadoras dos Estados Unidos, algumas delas do entorno de Trump, promovem a tese de que haitianos sem documentos teriam matado animais de estimação para consumo próprio em Springfield, no estado de Ohio. Os fatos, no entanto, foram desmentidos pela polícia da cidade.
Enquanto Kamala Harris demonstrou preparo e segurança, a performance de Trump, por outro lado, foi marcada pela falta de preparo. O candidato republicano foi inclusive desmentido algumas vezes pelos mediadores.
A primeira, justamente ao mencionar o boato de que imigrantes estariam devorando - sim, comendo literalmente - bichos de estimação de cidadãos estadunidenses como cães e gatos. A segunda ao mentir que os índices de violência aumentaram com a crescente imigração.
Antes de Trump, o magnata Elon Musk, dono do X, também espalhou o boato, em um país onde dois terços dos lares possuem um pet."Condenamos categoricamente essas declarações, que atentam contra a dignidade dos nossos compatriotas e poderiam ameaçar suas vidas", ressaltou o governo haitiano.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito