Os grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica – respectivamente os dois maiores que atuam na Faixa de Gaza – reivindicaram o atentado suicida ocorrido na noite de domingo (18) em Tel Aviv. Ambos os grupos disseram que vão cometer outros ataques caso prossiga o massacre israelense que já matou mais de 40 mil pessoas no território desde outubro.
"Os atentados suicidas no interior ocupado (Israel) voltarão a ficar em primeiro plano enquanto persistirem os massacres do ocupante (israelense), as operações de transferência forçada de civis e a política de assassinatos", disseram nesta segunda-feira (19) as alas militares dos grupos, por meio de comunicado.
O ataque na capital israelense fracassou e o homem-bomba detonou seus explosivos antes do previsto. O homem de cerca de 50 anos morreu e um transeunte teria ficado "ligeiramente ferido", segundo o governo israelense.
O número de atentados cometidos por homens-bomba em Israel diminuiu bastante em comparação ao início dos anos 2000, época da Segunda Intifada (levante) palestina.
"Última chance"
O ataque ocorreu às vésperas da chegada do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à cidade. Ele vai se reunir com os líderes do país para chegar a um acordo de trégua na Faixa de Gaza, após mais de dez meses de massacres.
Nesta segunda (19), o presidente israelense, Isaac Herzog, denunciou a Blinken "uma série de ataques terroristas realizados por terroristas palestinos", citando tanto a morte de um colono na Cisjordânia pelas mãos de um palestino no domingo como a explosão em Tel Aviv.
No entanto, mais de 600 palestinos já foram mortos por Israel na Cisjordânia desde outubro, incluindo cerca de 115 crianças. O país também vem acelerando o confisco de terras palestinas no território.
Blinken pediu para que Israel e Hamas não prejudiquem as negociações que visam um acordo de trégua na Faixa de Gaza. Os EUA são o maior aliado e fornecedor de armas e munições para Israel prosseguir com o que muitos países classificam como genocídio palestino na Faixa de Gaza.
"Este é um momento decisivo, provavelmente o melhor, talvez a última oportunidade de levar os reféns para casa, alcançar um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para uma paz e segurança duradouras", disse Blinken ao se encontrar com Herzog.
"Também é o momento de garantir que ninguém tome nenhuma medida que possa atrapalhar o processo", acrescentou Blinken. Ele vai à capital do Egito, Cairo, na terça-feira, onde mediadores retomam as negociações de trégua.
Edição: Rodrigo Durão Coelho