Ataque israelense na noite de sexta-feira (9) teve como alvo uma escola na Cidade de Gaza. Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal, houve vários bombardeios contra "dois andares da escola corânica al-Tabi'een e a mesquita (anexa) com três mísseis" e que o ataque causou "a morte de 93 pessoas, incluindo onze crianças e seis mulheres".
Fadel Naeem, diretor do hospital al-Ahli, na Cidade de Gaza, afirmou que foram recebidos corpos de 80 pessoas mortas no ataque.
Já as Forças de Defesa de Israel afirmam que fizeram um ataque "preciso" contra uma central de comando do Hamas que operaria dentro da escola. "O centro de comando e controle servia como esconderijo para terroristas e comandantes do Hamas, de onde vários ataques foram planejados e lançados contra tropas das Forças de Defesa e Israel e o Estado de Israel".
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Segundo a Defesa Civil de Gaza, a escola e a mesquita serviam de abrigo para cerca de 6 mil palestinos que foram forçados a se deslocar ou tiveram suas casas destruídas pelos contínuos ataques de Israel contra o território.
"Não há justificativa"
O bombardeio gerou reação internacional. Egito, Catar e Arábia Saudita condenaram o ataque. É importante lembrar que Egito e Catar, junto com os Estados Unidos, estão diretamente envolvidos nas negociações para um cessar-fogo em Gaza - uma nova rodada de discussão está marcada para a próxima quinta-feira (15).
O chefe da diplomacia da União Europeia, Joseph Borell, postou na rede social X: “Ao menos dez escolas foram atingidas nas últimas semanas. Não há justificativa para esses massacres".
Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, pediu que os Estados Unidos deem um fim ao "apoio cego que leva à morte de milhares de inocentes civis, incluindo crianças, mulheres e idosos".
Segundo a agência de notícias Reuters, Sami Abu Zuhri, oficial sênior do Hamas, afirmou que o ataque desta sexta-feira deve servir como um divisor de águas para o grupo.
Pelo menos 39.790 palestinos foram mortos desde 7 de outubro.
Edição: Raquel Setz