Milhares de manifestantes marcharam em direção ao Capitólio, sede do Legislativo nos Estados Unidos, em Washington contra a presença do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu que discursou aos congressistas nesta quarta-feira (24). Os manifestantes também pediram cessar-fogo após nove meses de massacre em Gaza - ofensiva que já matou mais de 39 mil palestinos, em sua maioria civis, mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino.
No Congresso estadunidense, Netanyahu pediu ainda mais armas. "Dêem-nos as ferramentas e nós acabamos o trabalho", disse Netanyahu. "Aprecio profundamente o apoio dos Estados Unidos, inclusive nesta guerra atual. Mas este é um momento excepcional. Acelerar a ajuda militar americana poderia acelerar drasticamente o fim da guerra em Gaza e ajudar a prevenir uma guerra mais extensa no Oriente Médio", disse o premiê israelense, que foi aplaudido pelos legisladores.
Uma multidão com bandeiras e faixas palestinas se reuniu perto do Capitólio. No local, os manifestantes entraram em confronto com a polícia, que disparou spray de pimenta para dispersar o protesto, que pedia a prisão de Netanyahu, que é alvo de mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional.
"Estamos horrorizados com a destruição do sistema de saúde em Gaza", disse à AFP o médico Karameh Kuemmerle, que participou do ato.
Alguns cartazes citavam versículos da Bíblia, como "Busque a paz e siga-a", e outros simulavam avisos de recompensa com fotos de Netanyahu, pedindo sua prisão por ser um "criminoso de guerra".
Mais tarde, a polícia prendeu vários manifestantes que derrubaram três bandeiras americanas e atearam fogo nelas em frente à Union Station, um centro de transporte próximo ao Capitólio.
Uma escultura com o rosto de Netanyahu foi queimada junto à bandeira americana e substituída pela bandeira palestina vermelha, preta e verde.
As relações entre Estados Unidos e seu aliado Israel têm estado tensas à medida que as mortes de civis aumentam na Faixa de Gaza, levando a protestos e críticas à administração de Joe Biden. Apesar disso, os EUA são o maior aliado e financiador de Israel, cedendo quase metade das armas e munições usadas no genocídio em Gaza.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito