A visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aos Estados Unidos provocou nesta quarta-feira (24/07) uma série de protestos no país contra a guerra deflagrada na Faixa de Gaza.
Viagem iniciada na última segunda-feira (22/07) tem como objetivo garantir apoio militar do governo norte-americano na continuidade do massacre israelense contra os palestinos, no qual superou a marca de 39 mil mortes oficiais registradas desde outubro de 2023.
Mais cedo, manifestantes pró-Palestina vestindo camisetas vermelhas – que diziam “não em nosso nome” – invadiram o prédio do Congresso, com cartazes com a frase “pare de armar Israel”. O ato também ocorre contra o discurso que Netanyahu realizará ainda nesta quarta no local.
Já era esperado mobilizações de organizações contrárias ao governo israelense. Na terça-feira (23/07), o coletivo CodePink disse que organizações de diversos estados estavam realizando caravanas para Washington e levando milhares de pessoas para protestar contra a presença de Netanyahu no país.
A manifestação, que contou com a participação de judeus e rabinos, foi organizada pela entidade judaica norte-americana antissionista Voz Judaica pela Paz. Cerca de 400 judeus norte-americanos, incluindo duas dúzias de rabinos, participaram do protesto pacífico.
“Durante nove meses, assistimos com horror ao governo israelense levar a cabo um genocídio armado e financiado pelos EUA. O Congresso e o governo Biden têm hoje o poder de acabar com este horror. Em vez disso, o nosso presidente está se preparando para se encontrar com Netanyahu, e os líderes do Congresso honraram-no com um convite para discursar na Câmara”, disse a organização.
A Voz Judaica pela Paz ainda afirmou que Biden e o Congresso norte-americano “devem ouvir o povo”: “precisamos de um embargo de armas agora para salvar vidas”, declarou Stefanie Fox, diretora executiva do entidade.
Os manifestantes ainda declaram que o governo Netanyhu está usando fundos e armas dos Estados Unidos para “massacrar e fazer passar fome” os palestinos em Gaza.
“Os norte-americanos, incluindo os judeus americanos, estão enojados com a cumplicidade do nosso próprio governo neste genocídio. A única maneira de acabar com isso é pelo fogo e pela construção de um futuro justo, e que os Estados Unidos parem de enviar armas para Israel agora”, disse Jane Hirchmann, filha de sobreviventes do Holocausto.
Nas redes sociais, a Polícia do Capitólio informou que “cerca de 200 pessoas foram presas por se manifestarem dentro do edifício Cannon House”. “Manifestar-se dentro dos prédios do Congresso é ilegal”, anunciou.
Netanyahu em Washington
O premiê de Israel iniciou na segunda-feira uma visita aos Estados Unidos na qual pretende reforçar o apoio à ofensiva militar promovida por seu país contra a Faixa de Gaza, massacre que já resultou na morte de mais de 39 mil civis palestinos, segundo as cifras oficiais.
O evento mais importante da agenda do premiê israelense será o discurso que ele fará no Congresso, na tarde desta quarta-feira. Será a quarta vez que Netanyahu falará ao Parlamento norte-americano. Com isso, ele irá superar o britânico Winston Churchill, que discursou três vezes no Capitólio.
Ao menos em suas declarações, Netanyahu mostrou que deseja mostrar que seu país continuará contando com o apoio dos Estados Unidos qualquer que seja o resultado das eleições marcadas para o próximo mês de novembro.