PLEITO NO DOMINGO

Candidato da oposição na Venezuela diz que terá fiscais eleitorais em todas as mesas de votação

O anúncio do credenciamento foi feito um dia depois de oposição afirmar que os fiscais seriam barradas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Urrutia se recusou a assinar compromisso de reconhecer os resultados eleitorais - Juan BARRETO / AFP

O candidato presidencial da oposição na Venezuela, Edmundo González Urrutia, afirmou na tarde de quarta-feira (24), que sua coligação conseguiu obter as credenciais das fiscais eleitorais que irão participar nas eleições presidenciais de domingo

“Conseguimos, graças aos nossos voluntários, obter as credenciais de todas os fiscais que estarão nas 30.026 mesas de votação em todo o país”, disse González Urrutia através da sua conta X (antigo Twitter). 

O anúncio do credenciamento surge depois de a Plataforma Unitária Democrática ter acusado o sistema do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de não permitir que fiscais da oposição - que constituem 99% dos fiscais inscritos para participar nas eleições - imprimissem as suas credenciais. 

O representante do grupo opositor Plataforma, Biagio Pilieri, disse na última quinta-feira (18) que só reconheceria os resultados das urnas na Venezuela que tiverem sido fiscalizados pela oposição

 

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A direita venezuelana tem usado uma campanha chamada “Defesa do Voto”, que consiste em mobilizar pessoas para fiscalizar os boletins de urna no dia do pleito e estimular as pessoas a irem votar pelo ex-embaixador Edmundo González Urrutia. Ele substitui a ex-deputada ultraliberal María Corina Machado, que está inabilitada pela Justiça venezuelana por 15 anos  por "inconsistência e ocultação" de ativos na declaração de bens que ela deveria ter apresentado à Controladoria-Geral da República (CGR) enquanto foi deputada na Assembleia Nacional (2011-2014). 

Essa não é a primeira vez que a oposição sinaliza que pode questionar o resultado das eleições da Venezuela. Em junho, oito dos 10 candidatos assinaram um acordo para respeitar o resultado das eleições. Urrutia se recusou a participar e não assinou o documento. Além dele, Enrique Márquez, do partido Centrados, também não assinou.

No dia 16 de julho, o candidato presidencial Enrique Márquez dirigiu-se à CNE para solicitar a aceleração do processo de validação e credenciamento das testemunhas designadas pelos partidos políticos para as eleições presidenciais e comunicou  a situação ao painel de peritos das Nações Unidas (ONU), que se encontra no país para acompanhar as eleições.

*Com Efecto Cocuyo

Edição: Leandro Melito