Bombardeios israelenses mataram ao menos 70 palestinos nesta segunda-feira (22), em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, horas após avisar a população a evacuar novamente a região. O Exército israelense ordenou a população a deixar Khan Yunis, afirmando estar prestes a lançar "uma operação intensiva contra organizações terroristas", após o lançamento de foguetes contra Israel.
Os militares ordenaram os habitantes a irem para a zona costeira conhecida pelas forças israelenses como "zona humanitária" de Al Mawasi."Saímos em pânico. Gaza acabou. Gaza está morta. Não resta mais nada. Basta!", disse o morador de Khan Yunis Hasan Qudayh.
"Vamos viver na rua. Não aguentamos mais esses deslocamentos", lamentou Yusef Abu Taimah, que deixou a cidade juntamente com a família, em sua quarta evacuação.
Netanyahu
Os bombardeios ocorreram enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, viajava para Washington, onde discursará no Congresso na quarta-feira. Ao deixar Israel, ele classificou a visita como uma "viagem muito importante", em um momento de "grande incerteza política" devido à renúncia do presidente Biden de buscar a reeleição.
Netanyahu se encontrará com Biden nesta terça-feira, informou seu gabinete. A guerra tem deixado tensas as relações entre Israel e os Estados Unidos, seu principal aliado e apoiador incondicional. Nos últimos meses, Washington vem criticando a resposta desproporcional de Israel em Gaza, que já fez quase 39 mil mortos.
A visita do israelense aos EUA acontece após rebeldes houthis do Iêmen e o Hezbollah libanês, aliados do Irã, abrirem frentes contra Israel em apoio aos palestinos de Gaza.
*Com AFP
Edição: Rodrigo Durão Coelho