Fontes do Palácio do Planalto confirmaram ao Brasil de Fato que o lançamento do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), que estava marcado para esta quinta-feira (18), às 16h, foi adiado pela segunda vez. O motivo é a falta de acordo sobre o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara).
Movimentos que participam das negociações afirmam que setores ligados ao agronegócio pressionam o governo para que o nome do programa seja alterado e restrito apenas aos agrotóxicos de alta toxicidade. Por esse motivo, organizações da sociedade civil rejeitaram o anúncio do plano sem o Pronara.
O Planapo seria lançado junto ao Plano Safra, no começo do mês, mas foi adiado por entraves justamente em relação ao Pronara. O programa foi elaborado em 2013 para orientar e organizar as iniciativas do governo federal para restringir o uso de agrotóxicos no país.
Conforme explica Paulo Petersen, representante da Articulação Nacional de Agroecologia na Cnapo, "Os defensores dos agrotóxicos no governo inviabilizaram o acordo para a instituição do Pronara. Portanto, o Planapo não será lançado hoje, tendo em vista que não houve acordo em relação à pauta dos agrotóxicos e é impossível lançarmos um plano nacional de agroecologia que não contemple a redução dos agrotóxicos na agricultura brasileira".
Os movimentos em defesa da agroecologia e da alimentação saudável chegaram a se mobilizar na manhã desta quinta e convocaram uma ação nas redes sociais para as 14h, diante dos indicativos de exclusão do Pronara do Plano Nacional de Agroecologia. No entanto, a decisão do Conselho Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO) foi suspender a cerimônia de lançamento do Planapo.
Edição: Nicolau Soares