Joe Biden, presidente dos EUA e candidato a reeleição, testou positivo para covid-19 nesta quarta-feira (17). Em entrevista divulgada pouco antes ele havia dito que poderia considerar desistir do pleito caso recebesse recomendações médicas para isso.
A Casa Branca informou que Biden apresentou "sintomas leves" do coronavírus durante uma viagem de campanha a Las Vegas.
A porta-voz da presidência dos EUA, Karine Jean-Pierre, disse por meio de um comunicado que Biden planeja viajar para sua casa de férias em Delaware, "onde ele se isolará e continuará a desempenhar todas as suas funções plenamente durante esse período".
Em entrevista que tinha sido divulgada mais cedo nesta quarta, o presidente havia admitido pela primeira vez a possibilidade de renunciar à candidatura à reeleição. Ao jornalista Ed Gordon, da BET News, Biden disse que reavaliaria sua permanência na chapa democrata se recebesse recomendação médica.
“Se eu tivesse algum problema de saúde que surgisse, se alguém, se os médicos viessem até mim e dissessem: 'Você tem este problema, aquele problema'”, afirmou Biden quando perguntado se poderia desistir.
Também nessa quarta, o congressista Adam Schiff se tornou o democrata de maior peso até agora a pedir publicamente a Biden que retire sua candidatura à reeleição. Em declaração ao jornal Los Angeles Times, Shiff pediu que o presidente "passe o bastão".
Schiff, congressista pela Califórnia, é um dos membros mais influentes do partido. Foi presidente do comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes quando os democratas tinham a maioria em 2019 e se tornou famoso como promotor durante o primeiro julgamento de impeachment do então presidente Donald Trump. Ele também manifestou a preocupação do partido com a saúde e a acuidade mental de Biden, sobretudo desde seu péssimo desempenho em um debate contra Trump em junho.
Na última quinta-feira (11), diante dos questionamentos sobre suas condições de saúde e agilidade mental, Biden, de 81 anos, concedeu coletiva de imprensa no encerramento da Cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Washington, em que reafirmou a manutenção da candidatura à Casa Branca na disputa contra Trump.
A fala aconteceu dias antes do ataque a tiros ao comício de Trump, que apesar de até o momento não ter influenciado nas intenções de voto, colocou o candidato republicano sob os holofotes na cobertura da corrida presidencial.
Edição: Felipe Mendes