(Texto atualizado às 16h40 do sábado (29) para inclusão de nota da defesa de Miguel Gutierrez)
O ex-diretor-executivo da Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso na manhã desta sexta-feira (28), em Madri, na Espanha. Ele estava no país europeu desde janeiro do ano passado, quando estourou o escândalo de fraude na empresa.
Gutierrez teve a sua prisão preventiva decretada nesta quinta-feira (28) no âmbito da Operação Disclosure, da Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF). Como ele estava fora do país, teve o nome incluído na lista da Interpol e, na sequência, foi preso pela polícia local.
Ainda não há informações sobre uma possível extradição nem para qual prisão Gutierrez foi levado.
Ele é investigado por fraudar os registros contábeis, levando a um desfalque de R$ 25,3 bilhões. Segundo a PF, as fraudes tinham por objetivo aumentar superficialmente os resultados financeiros da Americanas a fim de valorizar falsamente as ações da empresa na Bolsa de Valores.
A PF aponta para o crime de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, também conhecido como "insider trading”, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Na ação da PF desta quinta, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, contra Gutierrez e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, além de 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos ex-diretores, no Rio de Janeiro.
Também foi determinado o sequestro de bens e valores destes ex-diretores que somam mais de meio bilhão de reais. Anna Saicali segue procurada.
Em nota enviada à imprensa nesta quinta, a defesa de Gutierrez afirmou que o seu cliente “jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios”.
O Brasil de Fato procurou a defesa de Gutierrez para um posicionamento atualizado após a prisão. Leia abaixo a nota enviada:
A defesa de Miguel Gutierrez informa que o executivo se encontra em sua residência em Madri, na Espanha, no mesmo endereço comunicado desde 2023 às autoridades espanholas e brasileiras, onde sempre esteve à disposição dos diversos órgãos interessados nas investigações em curso.
Na data de ontem (28/06), o executivo compareceu espontaneamente ante as autoridades policiais e jurisdicionais com o fim de prestar os esclarecimentos solicitados.
Diante do acesso aos autos, Miguel agora poderá exercer sua defesa frente às alegações originadas por delações mentirosas em relação a ele.
A defesa reitera ainda que Miguel jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios, manifestando uma vez mais sua absoluta confiança nas autoridades brasileiras e internacionais.
Edição: Nathallia Fonseca