América do Sul

Lula se manifesta sobre tentativa de golpe na Bolívia: 'o golpe nunca deu certo'

'Foi gestado e liderado pelo comandante do exército', protestou Evo Morales nas redes sociais

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Lula convocou assessor e ministro para debater a situação na Bolívia - Sergio Lima/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou sobre a tentativa de golpe na Bolívia, nesta quarta-feira (25). “Como eu sou um amante da democracia, eu quero que a democracia prevaleça na América Latina. O golpe nunca deu certo”, disse o mandatário brasileiro.

Lula pediu informações ao Itamaraty para avaliar os próximos passos do Brasil. “Eu quero informações. Eu pedi para o ministro Mauro (Vieira, das Relações Exteriores) ligar para a Bolívia, ligar para o presidente (boliviano), ligar para o embaixador brasileiro, pra a gente ter certeza, pra ter uma posição.”

Segundo o site G1, Lula convocou o ministro Mauro Vieira e seu assessor especial, Celso Amorim, para uma reunião. A intenção do presidente brasileiro é avaliar a conjuntura na Bolívia e, se possível, entrar em contato com o presidente do país, Luís Arce.

Por volta de 15h, o exército boliviano, comandado pelo general Juan José Zuñiga, colocou suas tropas em frente a sede do governo federal, em La Paz, capital do país. Em seguida, Arce foi ao X e anunciou que manobra era irregular.

Ato contínuo, também no X, o ex-presidente Evo Morales foi mais contundente e denunciou o golpe. “Convocamos uma mobilização nacional para defender a democracia frente ao golpe de Estado que é gestado e liderado pelo comandante do Exército, general Juan José Zuñiga.”

Em entrevista à mídia local, Zuñiga se manifestou. “Os três chefes das Forças Armadas viemos expressar nossa discordância. Vai haver um novo gabinete de ministros, com certeza as coisas vão mudar, mas nosso país não pode continuar desse jeito.”

Golpista

O ex-comandante do Exército Boliviano Juan José Zúñiga é visto como a principal liderança da tentativa de golpe contra o presidente da Bolívia, Luís Arce. 

Zúñiga foi afastado do cargo que ocupava desde 2022 na terça-feira (25), após ameaçar o ex-presidente Evo Morales. O militar de alta patente se opõe à candidatura Morales para disputar as eleições do ano que vem.

Em declarações recentes ele chegou a dizer que Morales "não pode mais ser presidente deste país" e afirmou que estaria disposto a oferecer a vida "pela defesa e unidade da pátria."

Nesta quarta-feira (26),  Zúñiga liderou um levante na Plaza Murillo em La Paz e, acompanhado de seus seguidores, invadiu no Palácio Presidencial.

Em 2013, foi acusado de desvio e roubo de mais de 2,7 milhões de pesos bolivianos. A verba deveria ser destinada ao pagamento de programas sociais. O militar foi punido com sete dias de prisão por desfalque e falsificação de documentos.

Edição: Rodrigo Durão Coelho