direito de decidir

Benedita é cotada para relatar 'PL da gravidez infantil'; saiba o que a deputada já disse sobre aborto

Para Arthur Lira, parlamentar petista teria tom 'moderado', diz site; Benedita defende 'direito da mulher de decidir'

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
"Nós não podemos ter nenhum retrocesso", disse Benedita da Silva em 2021 sobre criminalização do aborto - Mario Agra / Câmara dos Deputados

A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) aparece como um dos nomes cotados para relatar o Projeto de Lei 1904/2024, definido pelos movimentos feministas como "PL da gravidez infantil". A parlamentar é próxima do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e tem trabalhado como interlocutora.

Segundo o site UOL, Silva, que é evangélica, teria credenciais para ser apresentada como uma “relatora moderada”. Lira tem sido alvo de críticas em todo o país após aprovar, em apenas 24 segundos, a urgência na tramitação do 'PL da gravidez infantil', que equipara a interrupção de gravidez após 22 semanas ao crime de homicídio, mesmo nos três casos permitidos por lei (gestação resultante de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia fetal).

O aborto é um tema recorrente na vida de Benedita da Silva, que em 1987 se elegeu para o primeiro mandato na Câmara dos Deputados, em Brasília. Foi justamente neste ano, em 8 de fevereiro, que ela se manifestou sobre o aborto em entrevista ao Correio Braziliense.

“A questão do aborto é muito complexa. O problema não é ser a favor ou contra, mas ter percepção e sensibilidade para superar sua gravidade, além de respeito pelo direito da mulher decidir. Quando uma doméstica aborta, ela o faz não porque quer, mas porque precisa, pois sabe que com um filho pequeno nos braços, dificilmente arrumará um emprego”, explicou Silva.

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Anos mais tarde, em 2021, ela declarou em entrevista ao site Universa: “Eu não sou a favor do aborto, assim como eu sei que muitas mulheres não são a favor do aborto, ele acontece na vida dessas mulheres. Qual o meu papel como legisladora? Eu tenho o papel de proteger essas pessoas que já conquistaram constitucionalmente [esse direito]… Nós não podemos ter nenhum retrocesso… Não é porque eu sou favorável, ou não, que vou vai tirar o direito do outro”.

Em 2022, pela rede social X, Silva voltou a se manifestar sobre o tema para criticar o então presidente Jair Bolsonaro (PL). “Uma morte a cada dois minutos: o Brasil registra alta continua nos índices de morte de mulheres durante a gestação ou nos 42 dias após ou por aborto. Morrem três vezes mais mulheres negras. Resultado da condução catastrófica da saúde pública, incompetência e descaso de Bolsonaro.”

Edição: Rodrigo Chagas