A nomeação do deputado estadual Anderson Moraes (PL) para a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) na última semana causou a indignação de parlamentares e a preocupação de servidores e estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Em 2021, Moraes foi autor do projeto de lei 4673/2021, que pedia a extinção da instituição de ensino e a transferência do seu patrimônio e alunos para a iniciativa privada.
"A Uerj é um dos órgãos estaduais que causa maior impacto no orçamento estadual, concentrando milhões de reais do pagador de imposto numa estrutura pesada e com resultados contestáveis, no qual a proposta em tela, que visa a transferência do Campis à iniciativa privada, com manutenção e/ou expansão da oferta de vagas do ensino superior e garantia de bolsas de estudos para alunos carentes, objetiva trazer maior eficiência ao ensino superior do Estado com redução de despesa, aumento da receita estadual e libertação ideológica de nossos estudantes de nível superior", diz trecho da justificativa do PL de Moraes engavetado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
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Anderson Moraes tomou posse na última quarta-feira (5) como secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do RJ, assumindo a cadeira do agora ex-secretário Mauro Azevedo. A mudança do governador Cláudio Castro (PL) manteve a característica bolsonarista para o cargo.
Na quinta-feira (6), como sinal de trégua, Moraes recebeu em seu gabinete a equipe da reitoria da Uerj e ressaltou que, como secretário, segue as diretrizes do governador Cláudio Castro e da constituição estadual.
Nas redes sociais, parlamentares e a comunidade de alunos da Uerj manifestaram insatisfação com o novo secretário. O Diretório Central dos Estudantes da Uerj (DCE-Uerj) salientou que "a nomeação é uma afronta à educação pública, pois entrega a instituição nas mãos de quem quer destruí-la."
O deputado estadual Flávio Serafini (Psol), que presidiu a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), entendeu a nomeação de Moraes para a SECTI como "um escárnio".
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Jaqueline Deister