INCONSTITUCIONAL

STF suspende lei que proibia uso de linguagem neutra em escolas de Ibirité (MG)

TJMG anulou lei similar em Belo Horizonte; na avaliação da justiça, competência sobre o assunto é do Congresso Federal

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Decisão foi tomada nessa segunda-feira (20) - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu uma lei do município de Ibirité, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que impedia escolas públicas, privadas e agentes públicos do município de utilizar a linguagem neutra. 

Na avaliação do ministro, os municípios não podem legislar sobre normas educacionais, conteúdos curriculares e metodologias de ensino, áreas de competência do Congresso Nacional. Na decisão, Morais suspende os efeitos da lei e declara “a procedência da ação para declarar a inconstitucionalidade” da norma.

As entidades Aliança Nacional LGBTI+ e Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) foram as responsáveis por questionar a lei que estava em vigor na cidade. 

Justiça de MG também suspendeu lei similar em BH

No início do mês, a Lei 11.581/2023, apresentada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL) enquanto atuava como vereador em Belo Horizonte, e que proibia o ensino da linguagem neutra na educação básica da capital, também foi suspensa pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) até a decisão final. 

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), aprovada com unanimidade pelo Órgão Especial da Justiça, foi movida pelo diretório estadual do Psol em Minas Gerais. 

O TJMG também avaliou que a norma foge à competência do Poder Executivo municipal, já que é função privativa da União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. 

No ano passado, o PL foi vetado pelo prefeito, mas, posteriormente, foi derrubado pela Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) por 30 votos a 10. 

O que é linguagem neutra?

A linguagem neutra, não-binária ou inclusiva é uma tentativa de adaptação da língua portuguesa a partir do uso de expressões que não denotem gênero (masculino e feminino), com o objetivo de que mais pessoas se sintam representadas.

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Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Leonardo Fernandes