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Turquia rompe laços comerciais com Israel por conta da guerra contra palestinos, diz emissora

Medida é tomada um dia após Ancara anunciar apoio ao processo sul-africano na Corte Internacional de Justiça

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Um soldado israelense em cima de um tanque perto da fronteira com a Faixa de Gaza, no dia 2 de maio de 2024 - MENAHEM KAHANA / AFP

A Turquia decidiu romper todos os laços comerciais com Israel a partir desta quinta-feira (2), de acordo com a informação repassada por duas autoridades turcas à agência Bloomberg, que confirmaram a suspensão das importações e exportações de e para Tel Aviv.

Acusando o presidente turco, Tayyip Erdogan, de estar quebrando acordos comerciais, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, chamou o mandatário de “ditador”, por meio de sua rede social.

“É assim que um ditador se comporta, desconsiderando os interesses do povo e dos empresários turcos e ignorando os acordos comerciais internacionais”, escreveu o chanceler israelense, na plataforma X.

Katz também relatou ter orientado sua pasta a trabalhar na criação de “alternativas para o comércio com a Turquia, com foco na produção local e importações de outros países”.

Embora a medida não tenha sido formalizada por Ancara, ela ocorre um dia após o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, ter anunciado que seu país se juntará ao processo apresentado pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que acusa Israel de cometer genocídio contra os palestinos.

Fidan também acusou Tel Aviv pelo bloqueio de uma de suas forças aéreas destinada ao envio de ajuda humanitária à Gaza. O diplomata garantiu que medidas seriam tomadas como resultado dessa interferência

Já no mês passado, em 9 de abril, o governo turco havia anunciado outras restrições relativas à exportação para Israel. Foram interrompidos o envio de 54 grupos de produtos, incluindo cimento, aço, alumínio, materiais de construção e equipamentos de ferro. Sobre a medida, Ancara argumentou que a venda de produtos que pudessem ser usados para fins militares não estava autorizada.

“A decisão permanecerá em vigor até que Israel declare um cessar-fogo imediato em Gaza, de acordo com suas obrigações sob o direito internacional, e permita um fluxo suficiente e ininterrupto de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza”, declarou o Ministério do Comércio da Turquia, na ocasião, acrescentando que se tratava apenas da “primeira fase” de restrições.