Poucas horas antes do amanhecer em Havana, capital de Cuba, os primeiros trabalhadores começaram a encher a Tribuna Anti-imperialista José Martí e horas depois mais de 200 mil pessoas, segundo dados da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), terminaram se reunindo nesta quarta-feira (01) para comemorar o Dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras no país.
O evento contou com a presença do líder histórico da Revolução, Raúl Castro Ruz, do atual presidente, Miguel Díaz-Canel, junto com vários líderes políticos do país. Além disso, cerca de mil pessoas pertencentes a organizações sociais e sindicais de 58 países diferentes participaram da celebração.
Diferentemente de outros anos, a data não foi comemorada com um único evento centralizado na histórica Praça da Revolução. Diferentes eventos foram realizados nas principais cidades do país e nos dias que antecederam a data sindicatos percorreram empresas estatais para trocar experiências com os trabalhadores.
“Milhões de cubanos em toda a extensão do país demonstram mais uma vez que continuamos firmes e unidos em torno de nossa gloriosa Revolução Socialista, defendendo seus ideais de independência, soberania e justiça social”, enfatizou Ulises Guilarte, secretário-geral da Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC).
“Diante dessas desafiadoras circunstâncias, dedicamos a festa do proletariado mundial ao heroísmo do povo cubano, que está se concentrando na recuperação econômica como a batalha fundamental”. Ele destacou que “a contribuição dos trabalhadores é fundamental” para superar a crise econômica no país.
“Os trabalhadores cubanos devem avançar para um controle e uma supervisão cada vez maiores dos recursos, além de manter uma luta implacável contra a corrupção, a indisciplina e as ilegalidades."
O secretário-geral da CTC também apontou como um desafio para o movimento sindical a abertura de novas relações de trabalho que estão florescendo na ilha com o crescimento do setor privado. Ele enfatizou que “isso exige maior atenção e proteção dos direitos dos trabalhadores”.
Cuba apoia Palestina
Antes de encerrar seu discurso, Ulises Guilarte dedicou algumas palavras de solidariedade ao povo palestino. Ele denunciou que “nesta ocasião, o Dia Internacional dos Trabalhadores coincide com o maior crime cometido contra o povo palestino pelo governo israelense em cumplicidade com os Estados Unidos”.
“Cuba e seu povo não ficam indiferentes a essas graves violações do direito internacional. Os trabalhadores cubanos condenam os ataques indiscriminados que tiraram a vida de dezenas de milhares de palestinos, em sua maioria mulheres e crianças", disse.
Desde os primeiros anos da Revolução, Cuba tem mantido uma política ativa de solidariedade com a causa palestina. Guilarte garantiu que, junto com o slogan “viva a Palestina livre”, o movimento sindical cubano “ergue as bandeiras da solidariedade com o movimento sindical internacional”.
“Lembramos à comunidade internacional que sempre poderá contar com a luta permanente de Cuba contra a injustiça, a desigualdade e pelo estabelecimento de uma ordem internacional mais justa e equitativa”, afirmou.
No final de seu discurso, a multidão reunida na praça começou a cantar a International Socialista, clássico hino criado em 1889, quando o 1º de maio foi estabelecido como o Dia Internacional dos Trabalhadores durante o primeiro congresso da Segunda Internacional.
Edição: Lucas Estanislau