Economistas ligados a bancos elevaram mais uma vez suas previsões sobre o crescimento da economia e já esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) suba mais que 2% em 2024. A mudança consta da última edição do Boletim Focus, divulgado nesta terça-feira (23) pelo Banco Central (BC).
Para elaboração do Focus, o BC coleta periodicamente previsões de economistas de instituições financeiras que atuam no Brasil. Com base nessas projeções, o BC divulga uma espécie de expectativa média dos banqueiros sobre os rumos da economia brasileira.
De acordo com 116 profissionais ouvidos pelo BC, o crescimento chegará a 2,02%. Na semana passada, a previsão era de 1,95% — diferença de 0,07 ponto percentual.
No início do ano, eles estimavam que o PIB crescesse 1,52%. Ou seja, em menos de quatro meses, a projeção para o crescimento da economia já mudou 0,5 ponto.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia cresceu 2,9% em 2023. No início daquele ano, o Boletim Focus indicava que os bancos esperavam um crescimento de 0,8%.
O governo federal estima que a economia nacional cresça 2,2% em 2024.
Selic
O Boletim Focus desta semana também indica que os economistas aumentaram sua expectativa para o patamar da taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, ao final do ano. Os profissionais dos bancos estimam que ela feche 2024 em 9,50% ao ano. Há uma semana, a expectativa era de 9,13%; e há duas semanas, 9% ao ano.
Hoje, a taxa Selic está em 10,75% ao ano. O governo defende o corte dos juros para baratear empréstimos e facilitar o crescimento da economia.
Nesta terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conversa com jornalistas, cobrou do presidente do BC, Roberto Campos Neto, a queda da Selic. "Tem que ficar claro para a sociedade e o presidente do Banco Central que quem perde dinheiro com essa taxa de juros é o povo brasileiro, os empresários que não conseguem dinheiro para investir", disse.
Para o final de 2025, os economistas dos bancos, há uma semana, estimavam que a Selic estivesse em 8,50% ao ano. Agora, estimam que ela feche 2025 em 9%.
Sobre a inflação, os economistas aumentaram sua expectativa de 3,71% para 3,73%. O percentual diz respeito ao patamar do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao final do ano. No começo de 2024, as previsões apontavam para 3,90% de inflação neste ano.
A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, até 4,5%.
Em março, a inflação do país subiu menos e ficou em foi 0,16%.
Edição: Nicolau Soares