A Venezuela anunciou nesta terça-feira (16) o fechamento dos consulados e de sua embaixada no Equador, em represália ao governo de Daniel Noboa pela invasão da embaixada mexicana no dia 5 de abril para a prisão do ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas.
"Ordenei o encerramento da nossa embaixada no Equador, o encerramento do consulado em Quito, o encerramento imediato do consulado em Guayaquil e o regresso imediato do pessoal diplomático à Venezuela", disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Maduro pediu que seja restituído o status de asilado político a Jorge Glas, concedido pelo governo do mexicano um dia antes da invasão da embaixada, e declarou que apoia "plenamente" o pedido do México á Corte Internacional de Justiça para que o Equador seja expulso da ONU.
O presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador pediu o apoio da Celac à queixa contra o Equador perante a CIJ nesta terça (16). "Gostaríamos de propor aos membros da Celac, se o considerarem viável ou exequível, que se juntem a nós na assinatura da queixa perante o Tribunal Internacional de Justiça. O México não é um protetorado ou uma colónia de nenhum país estrangeiro", afirmou.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que desculpas públicas formais por parte do Equador seria um "primeiro passo" para a resolução da crise e classificou como "inaceitável" a invasão do espaço diplomático mexicano.
"Medida dessa natureza nunca havia ocorrido, nem nos piores momentos de desunião e desentendimento registrados na América Latina e no Caribe. Nem mesmo nos sombrios tempos das ditaduras militares em nosso continente. O que aconteceu em Quito, no último dia 5, é simplesmente inaceitável e não afeta só o México. Diz respeitos a todos nós."
Edição: Rodrigo Durão Coelho