Elevada gravidade

Lindbergh Farias vai à PGR por prisão preventiva de Bolsonaro após vídeo do ex-presidente na embaixada da Hungria

'Estadia em embaixada sugere tentativa de escapar da Justiça enquanto enfrenta investigações criminais', diz o deputado

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Lindbergh Farias (PT) menciona investigações contra Bolsonaro, que apontam a existência de um plano golpista para manter o ex-capitão no poder após sua derrota nas eleições de 2022 - Mário Agra / Câmara dos Deputados

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou uma representação criminal junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) para solicitar que o órgão peça ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). O pedido vem à tona após o jornal estadunidense New York Times (NYT) publicar, nesta segunda (25), uma reportagem mostrando que o ex-capitão passou duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília (DF), depois de ter tido o passaporte apreendido.

“A estadia na embaixada sugere que o ex-presidente estava tentando alavancar a sua amizade com um colega líder de extrema direita, o primeiro-ministro Viktor Orban, numa tentativa de escapar do sistema de Justiça brasileiro enquanto enfrenta investigações criminais no Brasil”, argumenta o petista no documento.

Bolsonaro teve o passaporte apreendido em 8 de fevereiro, mesma data em que dois assessores seus foram presos sob a acusação de terem planejado um golpe de Estado após a derrota eleitoral sofrida pelo ex-presidente em outubro de 2022. Segundo o NYT, que obteve imagens do sistema interno de câmeras da embaixada da Hungria, o ex-capitão chegou ao local quatro dias depois, na companhia de dois seguranças, do embaixador do país europeu e de integrantes do corpo diplomático da Hungria.

A reportagem do jornal aponta que a permanência de Bolsonaro no local sugere possível tentativa de se aproveitar de sua boa relação com o primeiro-ministro húngaro para fugir do Poder Judiciário brasileiro. Por se tratar de um território oficialmente estrangeiro, o ex-presidente não poderia ser preso no local, que fica fora da jurisdição do Estado brasileiro.

“Trata-se, como se verifica, de notícia de elevada gravidade, que demonstra que o ex-presidente da República, alvo de diversas investigações e medidas judiciais já adotadas, ciente do destino penal que lhe reserva, procura, de modo subliminar, alavancar meios e instrumentos para assegurar sua impunidade”, argumenta Lindberg Farias junto à PGR, ao afirmar que haveria fundamentos para se pedir a prisão preventiva de Bolsonaro.

Edição: Matheus Alves de Almeida