O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, a quem o presidente Jair Bolsonaro (PL) já chamou de irmão (leia abaixo), declarou durante discurso em Tusnádfürdo (Baile Tusnad), na Romênia Central, neste sábado (23), que “Nós [húngaros] não somos mestiços e também não queremos nos tornar mestiços”.
Ele criticou os países e políticos da Europa Ocidental por incentivar a migração ilegal e misturar sua população. Ele disse que as cidades da Europa Ocidental foram perdidas para a população não europeia.
De acordo com ele, o Ocidente se mudou para a Europa Central, sugerindo que essa região seria o futuro da Europa. Ele acrescentou que 2030 seria um ponto de virada na Europa e nos EUA, porque é quando a União Europeia e Washington terão que lidar com os conflitos que aumentaram na década de 2020.
Bolsonaro e Orban celebraram aproximação / Attila Kisbenedek / AFP
“Migração dividiu a Europa”
A migração dividiu a Europa, disse ele. “O Ocidente está dividido em dois”, com metade composta por países onde os povos europeus e não europeus vivem juntos. “Esses países não são mais nações”, disse ele. “Em um sentido espiritual, o Ocidente se mudou para a Europa central”, disse ele. Segundo Orbán, as duas metades da Europa estão travadas em uma batalha. O Ocidente rejeitou o desejo da Europa Central de permitir que cada nação viva como quiser, “e eles continuam lutando contra a Europa Central para nos mudar para sermos como eles”, disse ele.
"Irmão"
Em visita à Hungria em fevereiro deste ano, Bolsonaro chamou Viktor Orbán de "irmão" e repetiu o tema fascista sobre "Deus, Pátria, Família", acrescentando liberdade, em seu discurso de recepção no país. As palavras usadas pelo fascismo italiano foram importadas para o Brasil pela Ação Integralista e também foi usada pela Ditadura de Salazar em Portugal, que durou de 1933 a 1974.
"É uma satisfação muito grande estar na Hungria. Considero seu país nosso pequeno grande irmão. Pequeno se levarmos em conta as nossas diferenças nas respectivas extensões territoriais. E grande pelos valores que nós representamos, que pode ser resumido em quatro palavras: Deus, Pátria, Família e Liberdade", disse Bolsonaro.
